O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, viaja neste domingo para Los Cabos, no México, para participar da Cúpula do G20, onde se concentrará em abordar os desafios enfrentados pela eurozona e em tentar aproximar posturas com a China e a Rússia em assuntos de permanente desacordo.
Obama partirá de Chicago, onde passa o fim de semana na companhia de sua esposa, Michelle, e de suas duas filhas, e prevê aterrissar em Los Cabos na noite de domingo, segundo antecipou a Casa Branca.
À margem das sessões de trabalho da cúpula, que será realizada na segunda e na terça-feira e inevitavelmente será protagonizada pela crise europeia, Obama terá reuniões bilaterais com os presidentes do México, Felipe Calderón, da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Hu Jintao.
Obama também pode somar-se ao encontro previsto entre o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy; a chanceler alemã, Angela Merkel; o líder francês, François Hollande, e o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti.
A má situação na Europa está contribuindo para desacelerar a recuperação econômica nos EUA e isto, por sua vez, está afetando a popularidade de Obama, que tentará a reeleição em novembro.
Em Los Cabos, os EUA "esperam escutar os líderes europeus sobre o progresso de seus esforços para estabilizar o sistema bancário e promover o crescimento", indicou Michael Froman, assessor para Assuntos Econômicos Internacionais de Obama.
O enfoque que veio defendendo o governo de Obama e que voltará a expor nesta reunião é estimular o crescimento e a criação de emprego em curto prazo, em sintonia com o que propõem na Europa líderes como François Hollande.
A cúpula de Los Cabos "não será a última palavra sobre a zona do euro", advertiu Froman, ao lembrar que os líderes europeus têm uma cúpula importante no final do mês em Bruxelas.
Segundo a subsecretária de Assuntos Internacionais do Tesouro dos EUA, Lael Brainard, o acordo alcançado para a recapitalização do sistema bancário espanhol foi "um passo-chave" e é importante que tanto a Espanha como a Itália, que estão realizando "reformas difíceis", possam "seguir endividando-se a um preço acessível".
Não só a Europa tem que seguir trabalhando para enfrentar a crise, mas economias emergentes presentes no G20 como China e Índia, cujo crescimento está ficando mais lento, também "podem tomar medidas adicionais", destacou Froman.
Da "coordenação de ações para sustentar um crescimento mundial equilibrado" falarão Obama e Hu Jintao em seu encontro bilateral programado para a terça-feira ao término da cúpula, de acordo com o conselheiro adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes.
Os dois líderes abordarão também a situação na Coreia do Norte, após seu fracassado lançamento de um foguete de longo alcance em abril, e o programa nuclear iraniano, dois assuntos nos quais Obama procura um maior compromisso e cooperação por parte da China.
No caso da Rússia, Obama espera aproximar posturas para avançar rumo a uma "posição comum" sobre o conflito na Síria. A reunião entre Obama e Putin acontecerá na segunda-feira antes do começo da cúpula e girará em torno do país árabe, partindo do princípio que ambos países têm "substanciais diferenças" sobre como pôr fim à violência.
Os EUA seguem apostando em uma transição política que, segundo Rhodes, implica "necessariamente" na saída do poder do presidente sírio, Bashar al Assad, algo que preocupa a Rússia. Além disso, antes do encontro com Putin, Obama se reunirá com Calderón, anfitrião da cúpula, para revisar os progressos na relação bilateral.
A cúpula de Los Cabos será provavelmente a última reunião internacional de Obama, já totalmente envolvido na campanha pela reeleição.