Uma comissão do Senado americano aprovou nesta quinta-feira medidas que apontam para a redução da ajuda dos Estados Unidos ao Paquistão devido a tensões entre os dois países e à condenação na quarta-feira de um médico que ajudou a CIA a encontrar Osama bin Laden.
Uma emenda proposta pelo senador republicano Lindsey Graham para cortar em US$ 33 milhões em ajuda ao Paquistão foi aprovada por unanimidade, com 30 votos a favor e nenhum contra. O valor foi estabelecido baseado nos anos de prisão para o médico Shakeel Afridi, condenado na quarta-feira em primeira instância por traição, entre outras acusações.
A pena de 33 anos de prisão foi infligida por um tribunal tribal, que considerou que Afridi havia ajudado a CIA a encontrar Osama bin Laden, morto em maio de 2011 por um comando americano no norte do país. A senadora democrata Dianne Feinstein, presidente da comissão de Inteligência, considerou que Afridi "não é um espião".
Os legisladores também aprovaram um corte de 58% na ajuda ao Paquistão se o país não voltar a permitir o trânsito de militares americanos para abastecer seus soldados no Afeganistão, um corte da ajuda ao Afeganistão de 28% e de 77% na destinada ao Iraque.
No total, este projeto de lei de finanças destina US$ 184 milhões a operações do Departamento de Estado no Paquistão e 800,3 milhões a Islamabad, dos quais 50 milhões para o combate ao extremismo violento.
Esses cortes apontam exclusivamente para a ajuda militar e não para a ajuda financeira, o que mantém intacta a ajuda de US$ 475 milhões. "Se o Paquistão trata um amigo e um herói dessa forma, não estou certa destes recursos", disse Feinstein sobre a condenação de Afridi.
Uma subcomissão já havia aprovado essas reduções drásticas na terça-feira. Os fundos destinados à ajuda internacional chegam a US$ 52 bilhões. O texto tem agora que ser aprovado pelo Senado.