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VERDADE – Ordem para comissão é ignorar militares

Tânia Monteiro


O Planalto não quer polemizar com militares da reserva que têm atacado a Comissão da Verdade e até a presidente Dilma Rousseff, pela escolha dos nomes da comissão, basicamente pessoas oriundas da esquerda.

Ao contrário do episódio anterior, quando os Clubes Militares redigiram manifesto contra as declarações de duas ministras, que pediam a revisão da Lei de Anistia, exigindo que Dilma se posicionasse, e atacaram o ministro da Defesa, Celso Amorim, desta vez o Planalto optou por ignorar protestos.

Na vez anterior, Dilma exigiu até que os que assinaram manifesto contra o governo fossem punidos, por considerá-lo ofensivo. A decisão criou uma saia-justa para os comandantes, que fizeram reuniões com a reserva em Brasília e no Rio, mas não aplicaram punições.

A presidente entende que o trabalho agora é com a Comissão da Verdade e não há mais o que falar. Se os militares quiserem, que procurem a comissão. O Planalto não deu importância nem sequer à comissão da verdade paralela, criada pelo Clube Naval para acompanhar os trabalhos em Brasília, rebater ataques e disponibilizar assessoria jurídica para orientar militares que forem convocados a depor.

Nem mesmo as últimas declarações, até a do ex-ministro do Exército Leônidas Pires Gonçalves publicada ontem pelo Estado, quando ele disse que a Comissão da Verdade é "uma moeda falsa, porque só tem um lado", e que Dilma deveria olhar para o futuro e não mais para trás, mereceram atenção do Planalto. A estratégia é ignorar falas dos militares da reserva.

Os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica também estão calados, apesar de incomodados com as reticentes declarações. O comando do Exército, por exemplo, ao contrário do procedimento rotineiro, não incluiu o artigo do ex-chefe do Estado Maior da Defesa e general de Exército da reserva Rômulo Bini, que pedia o fim do silêncio para que os militares saíssem em defesa da categoria.

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