Guerra Irregular Moderna Acordo com os manifestantes de Tucuruí “Eu mesmo tomaria a liberdade de derrubar uma torre. É uma sugestão viável para o governo tomar as devidas providências no que diz respeito aos acordos com os movimentos: botar a torre no chão”, disse o líder do Movimento dos Atingidos por Barragem, Roquevan Alves Silva.
O chefe do grupo de militantes radicais que ocupou a usina hidrelétrica de Tucuruí agora ameaça derrubar torres de transmissão. O Exército continua de prontidão na área.
Representantes do governo federal e uma comissão de manifestantes se reuniram nesta sexta-feira em Tucuruí. Ficou definido que ocorrerão mais quatro encontros: um em Brasília no próximo dia 30 e os outros em Tucuruí, no início do mês que vem. O grupo que invadiu a usina na quarta-feira é formado por representantes do MST, da Via Campesina e do Movimento dos Atingidos por Barragens. Eles deixaram a hidelétrica na quinta à noite, depois que foi marcada a reunião desta sexta. Eles pedem melhorias em educação, saúde e em programas de geração de renda nas áreas onde vivem as famílias que foram desalojadas com a construção da usina.
A Polícia Federal informou que abriu um inquérito para apurar os crimes de depredação de prédio público, cárcere privado e detonação de explosivos.
A Eletronorte disse que foi feita uma checagem nos equipamentos da usina e que nenhum deles foi danificado durante a ocupação. Nesta sexta, funcionários fizeram limpeza e consertos no prédio.
A invasão foi chefiada por Roquevan Alves Silva. Ele agora ameaça derrubar torres de transmissão de energia se as reivindicações do grupo não forem atendidas. “Eu mesmo tomaria a liberdade de derrubar uma torre. É uma sugestão viável para o governo tomar as devidas providências no que diz respeito aos acordos com os movimentos: botar a torre no chão”, disse o líder do Movimento dos Atingidos por Barragem. Roquevan é o mesmo homem que brincou de apertar botões no painel de controle da usina.
Agora, a usina está ocupada por tropas do Exército. O pelotão de choque está de prontidão na entrada, para evitar novas invasões. Seiscentos homens vão permanecer em Tucuruí por tempo indeterminado. Nas estradas que dão acesso à hidrelétrica, soldados montaram barreiras. Helicópteros do Exército passaram a sobrevoar toda a região ao redor da usina.
“A nossa missão é garantir o pleno funcionamento da usina e a integridade de seu patrimônio. Isso passa por impedir uma nova invasão enquanto estivermos na usina”, disse o general-de-brigada José Wellington Castro.
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