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Argentina critica silêncio da UE por polêmica sobre Malvinas

A Argentina manifestou sua surpresa nesta quarta-feira pelo silêncio da União Europeia (UE) perante a recusa do Reino Unido em cumprir as resoluções das Nações Unidas que lhe intimam a negociar com o país sul-americano pela soberania das Ilhas Malvinas. O governo de Cristina Kirchner rejeitou também as declarações do porta-voz de Comércio da Comissão Europeia, John Clancy, que disse hoje que a UE quer que a Argentina dê explicações sobre uma solicitação de boicote aos produtos procedentes do Reino Unido.

A chancelaria argentina expressou em comunicado sua surpresa pelo fato de que, enquanto pede a países de outras regiões que solucionem seus conflitos de forma pacífica, a UE "mantém silêncio sobre a conduta de um de seus membros, que ignora as normativas do direito internacional". A Argentina, que recentemente denunciou o Reino Unido perante a ONU por militarizar o Atlântico sul, assegurou que "tentou mostrar à UE as dificuldades na relação com os britânicos comunicando-se em diferentes oportunidades com suas autoridades".

Garantiu que na segunda-feira passada o chanceler argentino, Héctor Timerman, tentou entrar em contato com Catherine Ashton, mas a responsável de Assuntos Internacionais e Segurança da UE estava fora de Bruxelas. A Comissão Europeia anunciou no último dia 29 de fevereiro que empreenderia ações diplomáticas perante a Argentina para "esclarecer as preocupações comerciais legítimas" do Reino Unido.

O governo argentino propôs a 20 empresas nacionais e multinacionais que importam produtos do Reino Unido que substituíssem o país de origem de suas compras. Por outra parte, as autoridades portuárias da cidade argentina de Ushuaia negaram há duas semanas a entrada a dois cruzeiros britânicos procedentes das Malvinas, uma situação que o Reino Unido qualificou de "preocupante".

A Argentina disse hoje que recebeu "como um sinal interessante do Reino Unido sua decisão de levar o tema das relações bilaterais com a Argentina à UE". A chancelaria argentina indicou que Timerman pediu à secretária-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), María Ema Mejía, que esse organismo seja o par da UE em representação de todos os países sul-americanos "para conseguir que a Grã-Bretanha se comprometa a cumprir as resoluções das Nações Unidas".

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