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China volta a aumentar gastos militares

Os gastos chineses com a defesa em 2012devem chegar ao equivalente a 83 bilhões de euros, conforme comunicado do presidente do Congresso Nacional Popular, Li Zhaoxing, divulgado um dia antes da reunião anual do grêmio em Pequim. Li defendeu o aumento de mais de 11% do orçamento como "justo e razoável". Já em 2011, o orçamento militar havia subido 12,7%. De acordo com especialistas, o gasto real militar da China é muito maior, porque muitas despesas são incluídas em outras rubricas orçamentais.

EUA cortam gastos

O anúncio é feito apenas semanas depois de os EUA anunciarem seu programa de longo prazo. Pela primeira vez, desde os atentados de 11 de setembro de 2001, os gastos militares norte-americanos serão drasticamente reduzidos, ao mesmo tempo a atenção se concentrará na Ásia e no Oriente Médio. O presidente Barack Obama propôs para 2013 um orçamento militar de 525 bilhões de dólares, uma redução de mais de 5 bilhões de dólares.

"A Marinha dos EUA agora tem que pensar duas vezes antes de se aproximar da costa da China", comentou Michael Beckley do Centro de Ciência Belfer da Universidade de Harvard. A modernização das Forças Armadas chinesas, era justificada no passado, em vista de suas fronteiras com 14 países”, comentou Kazuya Sakamoto da Osaka University. "Mas na era nuclear, uma expansão militar nessa escala não faz mais sentido para um país possuidor de armas nucleares."

"Somos um grande país com longa linha costeira, mesmo assim, nossos gastos de defesa permanecem relativamente baixos, em comparação com os de outros grandes países", salientou Li, destacando que a parcela dos gastos militares no orçamento geral chinês caiu de 6,7% em 2008, para 5,5% no ano passado. Ele também assegurou que a China não representa "ameaça alguma" para outros países, já que as forças armadas chinesas servem apenas para "garantir a soberania nacional e a integridade territorial" do país.

Maior do mundo

Com estimados 2,3 milhões de soldados, o exército chinês é o maior do mundo. No entanto, seus armamentos na maioria das áreas militares são inferiores aos dos Estados Unidos e de outros países. A China tenta diminuir essa defasagem, pelo menos em algumas áreas, com o desenvolvimento do caça com tecnologia furtiva J-20 e de um míssil antinavios. Além disso, Pequim apresentou em 2007 uma arma capaz de destruir satélites.

Os EUA, Japão e vários outros Estados da região estão particularmente preocupados com a expansão da Marinha chinesa. Eles temem que a liderança em Pequim possa usá-la para fortalecer sua supremacia regional. Em 2011, Pequim colocou em operação seu primeiro porta-aviões. Os chineses reclamam para si a maior parte do Mar da China Meridional, entrando em disputa com o Vietnã, Taiwan, Brunei, Malásia e Filipinas.

MD/rtr/dpa/afp
Revisão: Augusto Valente

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