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Boeing tenta aproximação

MARIANA MAINENTI

Com escritório recém-inaugurado em São Paulo e prestes a abrir um em Brasília, a Boeing enviou integrantes do alto escalão da companhia para uma conversa, ontem, com o comandante da aeronáutica, Juniti Saito. Na reunião, a presidente da empresa no Brasil, Donna Hrinak, o presidente do braço militar da companhia, Chris Chadwick, e o vice-presidente de Novos Negócios, Chris Raymond, reafirmaram o empenho em vencer a concorrência para a venda de caças à Força Aérea Brasileira (FAB).

A tentativa de aproximação acontece em um momento delicado para as relações entre os dois países na área da defesa: logo depois de o governo norte-americano ter cancelado a compra de aviões da Embraer. "São dois assuntos separados", alegou o embaixador norte-americano no Brasil, Thomas Shannon. "A compra dos Super Tucanos é uma questão interna da força aérea norte-americana. A Boeing está próxima da Embraer, mas separada nesse ponto", disse Chadwick.

Há menos de uma semana, a Força Aérea norte-americana cancelou a compra, por US$ 355 milhões, de 20 aviões Super Tucano da Embraer que seriam usados para vigilância no Afeganistão. Mas o mal-estar comercial causado pelo episódio não é o único entrave ao êxito da Boeing na licitação aberta pelo governo brasileiro para a compra de caças, da qual participam também a sueca Saab e a francesa Dassaut. Para que a proposta da companhia norte-americana se torne mais competitiva, precisará acenar com maior transferência de tecnologia para o Brasil.

Para "melhorar" a oferta, no entanto, a Boeing esbarra no protecionismo que circula no Congresso dos Estados Unidos e na própria Lei de Segurança do país, que limita a possibilidade de transferência de tecnologia. Responsável pela área de novos negócios da companhia, Raymond ressaltou que o interesse da Boeing no Brasil vai "além do avião (caça)".

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