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Aviões não tripulados dos EUA monitoram a situação na Síria

Um "bom número" de aviões militares e dos serviços de inteligência não tripulados (drones) americanos operam sobre a Síria neste sábado para monitorar os ataques militares contra a oposição e os civis, informou a rede de televisão NBC.

Esses voos de aviões sem pilotos não constituem uma preparação para uma intervenção militar americana, disse a rede, que citou responsáveis americanos de defesa que, por sua vez, pediram anonimato.

O governo americano espera utilizar essa vigilância aérea e as interceptações das comunicações do governo sírio com seus militares para apoiar seus argumentos em busca de uma resposta internacional contra a Síria, segundo a NBC.

Ainda de acordo com a NBC, estão em andamento discussões na Casa Branca, no Departamento de Estado e no Pentágono para realizar eventuais missões humanitárias na Síria.

Os responsáveis americanos, no entanto, temem que essas missões não possam ser efetivadas sem por em risco seus participantes e certamente provocariam uma resposta militar da Síria, segundo a rede.

Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente

Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.

A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes, manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.

Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores – já organizados e dispondo de um exército composto por desertores das forças de Assad -, sem surtir efeito. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, o as forças de Assad investiram contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. A ONU estima que pelo menos 5 mil pessoas já tenham morrido na Síria.

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