Um desembarque, um assalto aéreo, 25 navios de guerra: os Estados Unidos e outros oito países realizam no litoral leste americano um grande exercício anfíbio, denominado 'Bold Alligator' e destinado a contra-atacar uma ameaça que recorda a do Irã.
Estas manobras, pela primeira vez abertas pelos americanos a outros países, constituem o exercício anfíbio mais importante dos últimos dez anos, segundo o almirante John Harvey, encarregado da gestão da frota americana.
Cerca de 20.000 americanos, entre eles uma brigada de marines, 650 soldados franceses, tropas da marinha canadense, holandesa e britânica, assim como oficiais de ligação italianos, espanhois, neozelandeses e australianos, tomam parte do exercício, que começou em 30 de janeiro frente ao litoral da Virgínia e Carolina do Norte e finalizarão em meados de fevereiro.
O chamado "dia J" ocorreu na manhã de segunda-feira, com os marines americanos desembarcando na praia da base de Camp Lejeune, na Carolina do Norte.
Oficialmente, o exercício tem como objetivo "revitalizar, refinar e reforçar as habilidades anfíbias americanas" depois de dez anos de guerra nas areias do Iraque e nas montanhas do Afeganistão, segundo os organizadores.
Indagado, o almirante Harvey reconheceu que este cenário seria aplicável a uma eventual crise no Estreito de Ormuz.
As tensões com o Irã e a ameaça de uma intervenção israelense contra seu polêmico programa nuclear aumentaram desde o início do ano e Teerã tem ameaçado com um eventual bloqueio do Estreito de Ormuz, passagem estratégica para o transporte mundial de petróleo.