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Síria: Impasse na ONU faz crescer pressão por ‘via alternativa’

Gustavo Chacra

Sem o amparo de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, os EUA e seus aliados europeus e árabes devem iniciar uma campanha para fortalecer a oposição ao regime sírio. A ideia é criar um bloco que já está sendo chamado pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, de "Amigos da Síria".

O chanceler da França, Alain Juppé, descreveu ontem parte da nova estratégia: "Ajudaremos a oposição (síria) a se organizar, intensificaremos as sanções contra o regime e aumentaremos a pressão internacional até eles perceberem que estão completamente isolados", afirmou o ministro. Quando a oposição estiver estruturada, segundo a consultoria de risco político Exclusive Analysis, os países do Ocidente e seus aliados da Liga Árabe devem reconhecê-los como um "governo no exílio", provavelmente com base na Turquia.

Seria um roteiro diplomático similar ao que se desenrolou na Líbia. Mas a possibilidade de uma intervenção militar da Otan está descartada no médio prazo. O próprio secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, explicou as diferenças em entrevista à CNN. "Os opositores controlavam porções do território líbio e isso não ocorre na Síria. Em segundo lugar, o Exército de Assad é bem mais poderoso. Terceiro, a Síria está em uma área geopoliticamente mais complicada, entre Israel, Líbano e Iraque. Por último, sejamos honestos, não há petróleo envolvido", disse.

A alternativa, será treinar e armar os opositores até eles conseguirem dominar alguma parte do território. Assim, a chance de intervenção aumentaria. Ao mesmo tempo, tentarão dividir o regime de Damasco ao insistir que Farouq al-Shara, sunita e vice de Assad, pode liderar a transição com os opositores. Rússia e a China ainda acreditam que Bashar Assad não será derrubado, sendo uma figura necessária em qualquer forma de transição.

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