O vice-primeiro-ministro turco, Bulent Arinç, criticou o Irã abertamente neste domingo por ter mantido silêncio sobre a repressão, por parte do presidente sírio Bashar al-Assad, da revolta popular contra o regime.
"Dirijo-me a ti, República Islâmica do Irã: não sei se és digna de ostentar no nome a palavra Islã, mas disseste uma só frase sobre o que acontece na Síria?", indagou Arinç, porta-voz do governo, durante uma reunião em Bursa (noroeste) do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, islâmico moderado), citado pela agência de notícias Anatolia.
O Irã é o principal aliado da Síria na região. Vários opositores acusaram Teerã de ajudar Damasco a reprimir com fogo e sangue o movimiento de contestação que abala o país desde março de 2011, deixando mais 6 mil mortos, segundo organizações dos direitos humanos.
Arinç denunciou um "grande massacre" na sexta-feira em Homs, centro da revolta, onde morreram mais de 200 pessoas, e afirmou que, na região, "só a Turquia" se declarou abertamente contra a repressão. "O Líbano, por acaso, pronunciou uma só palavra de compaixão por nossos irmãos muçulmanos mortos? Não, só a Turquia elevou a voz", disse. O governo de Ancara chegou a romper com seu antigo aliado sírio.