O projeto está sendo desenvolvido por uma subsidiária da empresa Lockheed Martin em nome do governo americano, a laboratórios Sandia.
A nova munição usa barbatanas minúsculas para corrigir a trajetória e é capaz de alcançar objetos a cerca de dois quilômetros de distância. Os testes em protótipos sugerem que a bala tem mais precisão para alvos a distâncias maiores.
Uma empresa de consultoria afirmou que a nova tecnologia pode beneficiar atiradores de elite, mas teme que a bala possa ser usada pelo público.
Sensores e laser
O protótipo que está sendo testado pela companhia Sandia é de uma bala de dez centímetros que inclui um sensor óptico na ponta, para detectar alvos iluminados com laser. Esta informação é processada e usada para mover os motores dentro da bala, que viram as pequenas barbatanas, alterando a trajetória da bala.
"Podemos corrigir (a trajetória) 30 vezes por segundo", afirmou o pesquisador Red Jones, que participa do desenvolvimento do protótipo. A equipe de pesquisadores já fez testes com simulação por computador e testes de campo e informou que ainda há "questões de engenharia" para serem resolvidas. No entanto, eles acrescentaram que estão confiantes.
Diferente da maioria das balas usadas atualmente, o protótipo desenvolvido nos Estados Unidos tem seu giro minimizado durante a trajetória e visa funcionar como um dardo.
Os pesquisadores já realizaram testes com a nova bala usando a pólvora já comercializada para outras munições e o projétil alcançou uma velocidade superior ao dobro da velocidade do som (cerca de 731 metros por segundo), o que ainda está abaixo do padrão de velocidade usado pelos militares.
Mas, os cientistas afirmam que é possível aumentar a velocidade da bala usando pólvora fabricada especialmente para esta munição.
Público e militares
Em seu site, a Sandia afirma que "clientes em potencial incluem os militares, forças policiais e atiradores por recreação". Isto gerou preocupação em alguns analistas do setor.
"Há a conversa de venda (da nova munição) para caçadores por recreação, mas eu imagino que as autoridades poderiam querer limitar o acesso do público a este tipo de tecnologia", afirmou à BBC Elizabeth Quintana, pesquisadora da consultoria do setor Royal United Services Institute.
"Mas seria útil para forças policiais, particularmente em situações envolvendo reféns", acrescentou a consultora. E, para Quintana, a nova munição seria ainda mais útil em campos de batalha.
"Um dos grandes êxitos na Líbia foi a precisão das munições usadas, muito mais alta do que em operações anteriores. 97% das armas da Otan atingiram os alvos dentro de cerca de dois metros. Mas, isto foi conseguido com munição aérea", disse Quintana.
"(Esta munição) Seria uma revolução para forças terrestres e poderia ajudar a diminuir ainda mais o número de mortos e feridos entre civis em conflitos futuros", afirmou.