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Venda de caças Rafale para Índia levanta moral da economia francesa

Governo e oposição consideram a transação uma excelente notícia para a economia do país.

O presidente Nicolas Sarkozy, que fez da venda dos caças Rafale para o exterior um dos grandes desafios do seu governo, declarou que o negócio é um sinal de confiança para toda a economia francesa.

O presidente da Assembleia Nacional e deputado do partido UMP, Bernard Accoyer, firmou que a perspectiva de concluir a venda é uma boa nova para a indústria francesa e para as atividades da Dassault, assim como para o emprego no grupo. "É o nosso savoir faire que é valorizado, pois o Rafale reúne várias tecnologias altamente sofisticadas", disse Accoyer.

Do lado socialista, Jean-Michel Baylet,  copresidente do conselho político do candidato às presidenciais François Hollande, não escondeu seu entusiasmo: " Esse sucesso do grupo de defesa Dassault é uma bela vitória para a indústria francesa em um momento em que todo mundo pede a reindustrialização da França".

O anúncio

“O Rafale foi selecionado graças à competitividade de seu custo global em relação à duração de vida do aparelho, após uma pré-seleção em abril de 2011 devido às suas qualidades operacionais de primeiro plano”, afirmou o Palácio do Eliseu, em comunicado.  As negociações do contrato vão ter início “em breve” com o “apoio total” das autoridades francesas, afirmou a presidência francesa no documento, garantindo que o contrato prevê uma importante transferência de tecnologia garantida pelo estado.

O anúncio da venda dos caças Rafale ao governo indiano foi feito nesta terça-feira, 31, pelo secretário francês de Comércio Exterior, Pierre Lellouche. Ele, no entanto, afirmou que as negociações ainda estavam sendo finalizadas antes da assinatura do contrato.

“Nós ganhamos o contrato” de venda do Rafale à Índia, mas “ ainda falta concluir certos detalhes”, disse o secretário. “ Nessa altura, quero ser prudente; estamos em uma fase de negociação exclusiva”, disse Lellouch à rádio francesa BFM, após a revelação de algumas autoridades indianas de que o grupo Dassault, fabricante do Rafale, tinha feito a melhor oferta na licitação para a compra de 126 caças pelo governo da Índia, um negócio estimado em 11 bilhões de dólares.

“É uma boa notícia e a França precisa de boas notícias neste momento…É uma boa notícia para a nossa indústria aeroespacial, para nossa indústria de defesa que está entre as melhores do mundo”, disse Lellouch sem divulgar os valores da oferta feita pelo fabricante francês.

O anúncio da venda de 126 caças Rafale para o governo da Índia foi feito após divulgada a informação de que a oferta do grupo francês era a mais baixa em comparação à de seu concorrente. Além do caça Rafale, o Typhoon, do consórcio Eurofighter, composto pela grupo EADS, BAE Systems e Finmeccanica, foi anunciado como finalista da licitação do governo indiano para equipar sua força aérea.

Contrato não firmado

As negociações para a compra dos caças Rafale pelo governo indiano entraram em uma fase decisiva mas nenhum contrato ainda foi assinado, de acordo com uma fonte francesa que acompanha o processo de licitação.

“Nenhum contrato foi assinado. Uma etapa suplementar foi atingida na comercialização no âmbito da assinatura do contrato”, declarou a fonte para a agência de notícias Reuters. Outra fonte do ministério francês da Economia também se recusou a confirmar a informação de que o contrato com o governo indiano já tinha sido firmado.

Outras fontes confirmaram que novas negociações foram realizadas com a empresa Dassault antes da assinatura de um acordo. Na terça-feira, o ministro indiano da Defesa declarou que o governo não iria se pronunciar sobre o resultado da licitação antes do fim de março.

Com o anúncio as ações do grupo francês Dassault subiram mais de 20% no início da tarde desta terça-feira, atingindo 774,94 euros. No encerramento do pregão da Bolsa de Valores, as ações estavam valendo 725 euros, uma alta de 18,46%.

"Grande alegria"

O presidente do conselho de vigilância do grupo Dassault , Olivier Dassault, expressou “uma grande alegria”, após os avanços registrados na venda dos 126 caças Rafale à Índia.

“Cabe à Índia anunciar”, disse ele na saída de uma reunião de parlamentares do partido UMP, do presidente Nicolas Sarkozy, no Palácio Eliseu, em Paris.

"É uma muito, muito boa notícia, não apenas para a empresa Dassault mas para o conjunto da indústria aeronáutica francesa”, declarou. “É um programa no qual participam mais de 500 empresas, é uma vitória para todas as pequenas e médias empresas de alta tencologia que participam na construção do mais belo avião do mundo”,  afirmou .

Perspectivas

“Espero que esse contrato possa, enfim, abrir novas perspectivas”, declarou o secretário francês de Comércio Exterior em relação à venda do Rafale para outros países. “As pressões políticas exercidas pelos nossos concorrentes não são fáceis”, afirmou.

Caso seja confirmada a venda dos 126 caças para a Índia, será a primeira vez que o caça francês será comercializado fora da França.

Atualmente o fabricante Dassault tenta vender o modelo Rafale aos Emirados Árabes Unidos e ao Brasil. Segundo o ministro francês da Defesa, Gérard Longuet, o Catar também se mostrou interessado no caça francês.

No mês de novembro, a Suíça escolheu o caça Grippen, da sueca SAAB, para renovar sua frota, preterindo o  Rafale.

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