A adesão da Suécia à aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) aumentaria a segurança nacional e ajudaria a estabilizar as regiões nórdicas e bálticas, disse a ministra das Relações Exteriores sueca, Ann Linde, nesta sexta-feira, um dia depois que a vizinha Finlândia afirmou que buscará se juntar à aliança liderada pelos Estados Unidos de forma rápida.
A invasão da Ucrânia pela Rússia forçou a Suécia –e sua parceira militar mais próxima, a Finlândia– a escolher publicamente um lado após permanecer fora da aliança militar desde que foi fundada em 1949 para combater a União Soviética na Guerra Fria.
Espera-se que Estocolmo siga o exemplo de Helsinque e solicite entrada na OTAN, formada por 30 países, já na segunda-feira.
"A adesão da Suécia à OTAN elevaria o limiar para conflitos militares e, portanto, teria um efeito de prevenção de conflitos no norte da Europa", disse Linde a repórteres ao apresentar as conclusões de uma revisão de segurança de todos os partidos que analisou os prós e contras da adesão à OTAN para a Suécia.
"A consequência mais importante da adesão da Suécia à OTAN seria que a Suécia seria parte da segurança coletiva da OTAN e incluída nas garantias de segurança de acordo com… o Artigo 5º."
O Artigo 5º do tratado fundador da OTAN diz que um ataque a qualquer país da aliança deve ser visto como um ataque a todos.
Embora Suécia e Finlândia tenham desde há muito tempo relações estreitas com a OTAN e participem regularmente de exercícios e suas reuniões de alto nível, não são cobertas pela sua garantia de segurança.
O governo disse que o relatório não constitui uma recomendação para se juntar à OTAN.
Erdogan diz que Turquia não apoia adesão de Finlândia e Suécia à OTAN
O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse nesta sexta-feira que não era possível que seu país, que é membro da , aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), apoie planos da Suécia e da Finlândia para aderir ao pacto, dizendo que os países nórdicos são "o lar de muitas organizações terroristas".
Embora a Turquia tenha apoiado oficialmente a ampliação da aliança desde que aderiu à Otan há 70 anos, sua oposição poderia representar um problema para a Suécia e a Finlândia, pois os novos membros precisam da concordância unânime dos integrantes atuais.
O plano da Finlândia de solicitar a adesão à Otan, anunciado na quinta-feira, e a expectativa de que a Suécia seguirá o mesmo caminho, pode levar à expansão da aliança militar ocidental, algo que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pretendia evitar ao lançar a invasão da Ucrânia.
"Estamos acompanhando os desdobramentos relativos à Suécia e Finlândia, mas não temos opiniões positivas", disse Erdogan aos repórteres em Istambul, acrescentando que foi um erro a Otan aceitar a Grécia como membro no passado.
"Como Turquia, não queremos repetir erros semelhantes. Além disso, os países escandinavos hospedam organizações terroristas", disse Erdogan, sem dar detalhes.
"Eles são até mesmo membros do Parlamento em alguns países. Não é possível que sejamos a favor", acrescentou.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que os finlandeses seriam "calorosamente recebidos" na aliança e prometeu um processo de adesão "suave e rápido", o que também é apoiado pelos Estados Unidos.
Mas a Turquia tem repetidamente criticado a Suécia e outros países da Europa Ocidental pelo tratamento que dá a organizações consideradas terroristas por Ancara, incluindo os grupos militantes curdos PKK e YPG, e os seguidores do clérigo islâmico Fethullah Gulen, que mora nos EUA.
Ancara diz que os Gulenistas realizaram uma tentativa de golpe em 2016. Gulen e seus partidários negam a acusação.
Moscou na quinta-feira chamou o anúncio da Finlândia de hostil e ameaçou retaliação, incluindo medidas "técnico-militares" não especificadas.
A Turquia criticou a invasão da Ucrânia pela Rússia, enviou drones armados à Ucrânia e procurou facilitar as conversações de paz entre as partes. Mas não apoiou as sanções ocidentais a Moscou e procura manter estreitos laços comerciais, energéticos e turísticos com a Rússia.