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EUA devem aumentar entrega de armas à Ucrânia após reativação de mecanismo usado na Segunda Guerra

As entregas de armas americanas à Ucrânia devem aumentar após a reativação pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de um emblemático mecanismo usado durante a Segunda Guerra Mundial. Enquanto isso, os combates se intensificaram nesta terça-feira (10) no sudeste da Ucrânia.

A ajuda militar americana à Ucrânia – de quase US$ 3,8 bilhões desde o começo do conflito – deve ser facilitada pela assinatura, na segunda-feira, por Biden, da “Ukraine Democracy Defense Lend-Lease Act”.

A lei de “empréstimo e arrendamento” (em português) retoma um mecanismo adotado em 1941 pelo então presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, que ampliava os poderes do chefe de estado para apoiar esforços de guerra na Europa. “Estou convencido que Putin acreditava que podia acabar com a OTAN, acreditava que podia destruir a União Europeia”, disse Biden, às margens de uma operação de arrecadação de fundos políticos, na segunda-feira.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a adoção da lei é uma “etapa histórica”. “Estou convencido que nós vamos, novamente ganhar juntos. Nós vamos defender a democracia na Ucrânia e na Europa como há 77 anos”, escreveu no Twitter. A data da assinatura, 9 de maio, coincide com o grande desfile militar na Praça Vermelha, em Moscou, que celebou o 77º aniversário da derrota da Alemanha nazista.

Indústria russa de armamentos em baixa

Washington monitora também a indústria russa de armamentos que, segundo o Pentágono, começa a sofrer com as sanções internacionais e tem dificuldades para repor os mísseis guiados utilizados na Ucrânia devido ao embargo sobre as peças eletrônicas que atinge a Rússia. John Kirby, porta-voz do Pentágono, também garantiu que ucranianos tinham sido enviados “contra sua vontade” à Rússia, mas não informou um número exato.

Kiev afirma que 1,2 milhão de pessoas foram deportadas e colocadas em campos. O Conselho de Direitos Humanos da ONU organizará na quinta-feira (12), a pedido do governo ucranino, apoiado por dezenas de países, uma sessão extraordinária sobre “a deterioração da situação dos direitos humanos na Ucrânia”.

No mesmo dia, o Conselho de Segurança da ONU deve se reunir pela 16ª vez desde o começo da invasão russa, a pedido da França e do México. A sessão abordará o bombardeio do fim de semana a uma escola no leste da Ucrânia, no qual 60 civis morreram, de acordo com Kiev.

Cerco a Azovstal

O Exército russo “continua a preparar operações ofensivas nas regiões de Lyman e Severodonetsk”, no Donbass, de acordo com o Estado Maior ucraniano, acrescentando que os tiros de artilharia e os bombardeios aéreos permaneciam na usina de Azovstal, em Mariupol.

Na cidade portuária no sudeste da Ucrânia, quase totalmente sob controle russo, militares ucranianos, que ainda resistem na imensa usina siderúrgica, descartaram uma rendição. “Batalhas muito intensas acontecem nas proximidades de Roubjiné e de Bilogorivka”, na região de Lugansk, idicou na segunda-feira (9) o governador Serguii Gaidai.

De acordo com o Exército ucraniano, mísseis atingiram a região de Odessa, onde sete explosões causaram a morte de uma pessoa e deixaram cinco feridas.

Combates se concentram no leste

Dois meses e meio depois do início do conflito, os combates se concentram no leste da Ucrânia. A Rússia se viu obrigada a reduzir suas ambições de tomar rapidamente o país e a capital, Kiev, diante da forte resistência das tropas ucranianas, armadas pelos países ocidentais.

As comemorações da vitória sobre o nazismo ocorrem dois dias depois de um bombardeio russo contra uma escola de Bilogorivka, na região de Lugansk, no leste da Ucrânia, que deixou 60 mortos. Segundo Zelensky, as vítimas eram todas civis e haviam se refugiado no local para tentar se proteger.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, se declarou "chocado" com o ataque, através de um comunicado divulgado no domingo (8). Segundo ele, "os civis e a infraestrutura civil devem ser sempre preservados em tempos de guerra". A tragédia é "mais um lembrete de que nesta guerra, como em tantos outros conflitos, são os civis que pagam o preço mais alto", afirmou.

(RFI com informações da AFP)

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