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Ex-presidente boliviano é exonerado por entregar mísseis aos EUA

A Assembleia Legislativa da Bolívia decidiu na madrugada desta terça-feira não julgar o ex-presidente Eduardo Rodríguez Veltzé pela entrega aos Estados Unidos e o desmantelamento em 2005 de 41 mísseis de fabricação chinesa do Exército boliviano, informaram fontes parlamentares.

Após um debate de mais de 6h, o plenário do Parlamento, de maioria governista, estabeleceu por 117 votos a favor e 38 contra que apenas o ex-ministro da Defesa Gonzalo Méndez será processado por submissão ao país estrangeiro, espionagem e revelação de segredos, entre outros delitos.

O julgamento contra Rodríguez Veltzé (2005-06) foi promovido pelo atual líder, Evo Morales, que levou nos últimos anos aos tribunais seus antecessores e principais adversários políticos, muitos deles exilados atualmente.

"Esse é um dos atos mais vergonhosos de traição à pátria, cometido justamente por funcionários do Governo e ex-militares. É uma das páginas mais sombrias e terríveis das Forças Armadas", afirmou o vice-presidente da Bolívia, o ex-guerrilheiro Álvaro García Linera, também presidente da Assembleia.

Linera declarou que em 2005 foram convocadas eleições e "todos sabiam" que Morales "venceria", e então os Estados Unidos, "com o apoio de soldados, de 'vendedores da pátria' civis e militares decidiram que essas armas do Exército fossem entregues aos norte-americanos".

A senadora Sandra Soriano, presidente da comissão de deputados e senadores que propôs ao plenário da Assembleia exonerar Rodríguez Veltzé, explicou que o ex-presidente não pode ser culpado porque não estava na Bolívia quando os mísseis chineses forem entregues aos Estados Unidos.

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