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US-RU-OTAN: Envio de sistema de defesa aérea à Ucrânia desestabilizaria situação, diz Rússia

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse nesta quinta-feira que enviar à Ucrânia sistemas de defesa aérea, como solicitado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, ao Congresso dos Estados Unidos na véspera, seria um fator desestabilizador que não traria paz ao país.

Zelenskiy fez um apelo a parlamentares norte-americanos na quarta-feira para que façam mais para proteger seu país da invasão russa, pressionando pela imposição de uma zona de interdição aérea e pedindo aeronaves e sistemas defensivos.

"Tais entregas… seriam um fator de desestabilização que definitivamente não traria paz à Ucrânia", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, em uma coletiva de imprensa. "A longo prazo, elas poderiam ter consequências muito mais perigosas", acrescentou.

Os Estados Unidos e seus aliados querem evitar que a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) seja arrastada para o conflito na Ucrânia, mas têm fornecido ajuda militar a Kiev desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro.

Moscou chama sua ofensiva na Ucrânia de "operação especial" para destruir as capacidades militares de seu vizinho do sul e capturar o que ela considera como perigosos nacionalistas.

O primeiro-ministro da Eslováquia, Eduard Heger, disse no domingo que a OTAN poderia discutir o envio do sistema de defesa aérea S-300 de seu país, de fabricação soviética, para a Ucrânia.

OTAN promete mais ajuda à Ucrânia e começa a planejar "nova realidade"

Os Estados Unidos e outros membros da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) disseram nesta quarta-feira que continuarão ajudando a Ucrânia a combater a invasão russa, enquanto também adaptam a própria segurança da aliança à "nova realidade" desencadeada pela guerra.

Diplomatas e analistas militares estimam que os aliados da OTAN enviaram mais de 20.000 armas antitanque e outras para a Ucrânia desde que a invasão começou em 24 de fevereiro.

"Continuamos unidos em nosso apoio à Ucrânia", disse o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ao chegar a uma reunião de emergência dos ministros da Defesa da OTAN em Bruxelas. "Apoiamos sua capacidade de se defender e continuaremos a apoiá-los."

Os países da OTAN continuarão a entregar armas à Ucrânia, mesmo que essas entregas possam se tornar alvo de ataques russos, disse a ministra da Defesa holandesa, Kajsa Ollongren, a repórteres, acrescentando: "A Ucrânia tem o direito de se defender".

A Ucrânia não é membro da OTAN. Embora tenha dito repetidamente que deseja ingressar para se beneficiar de sua proteção, Kiev disse na terça-feira que entende que não tem uma porta aberta para a adesão à aliança e está buscando outros tipos de garantias de segurança.

Os ministros também ouvirão seu colega ucraniano Oleksii Reznikov, que deve pedir mais armas de países individuais da OTAN, à medida que os ataques russos às cidades da Ucrânia continuam e os militares russos buscam o controle de Kiev.

Enquanto pelo menos 10 dos maiores Estados-membros da OTAN, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e França, enviaram mais tropas, navios e aviões de guerra para o flanco leste da aliança e colocaram mais em prontidão, a aliança ainda deve considerar como enfrentar um nova situação de segurança na Europa a médio prazo.

"Precisamos redefinir nossa postura militar para essa nova realidade", disse o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, na terça-feira. "Os ministros iniciarão uma importante discussão sobre medidas concretas para reforçar nossa segurança a longo prazo, em todos os domínios."

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