Quatro aviões de guerra russos violaram brevemente o espaço aéreo da Suécia a leste da ilha de Gotland, no Mar Báltico, nesta quarta-feira (2), disse o Estado-maior sueco, em meio à tensão russo-ocidental sobre a guerra na Ucrânia. "No contexto atual, levamos esse incidente muito a sério.
Esta é uma ação irresponsável e pouco profissional da Rússia", afirmou o comunicado. Os "dois Sukhoi Su-27 e dois Sukhoi Su-24 violaram o espaço aéreo sueco", o que foi documentado por caças Gripen.
"Isso mostra que nossa preparação é boa. Estamos prontos para garantir a integridade territorial e as fronteiras suecas", acrescentou a nota. Exercícios conjuntos com aviões de combate finlandeses ocorreram em Gotland nesta quarta-feira, segundo a imprensa sueca.
A ilha, que tem uma posição estratégica no mar Báltico e fica a pouco mais de 300 quilômetros do enclave russo de Kaliningrado, recebeu reforços suecos em janeiro, durante as primeiras tensões em torno da Ucrânia.
O ataque à Ucrânia reacendeu o debate sobre a adesão à OTAN da Suécia e também da Finlândia, que são parceiros da aliança, mas oficialmente neutros. Com o ingresso, poderiam se beneficiar da proteção mútua definida pelo artigo 5.
A Rússia reafirmou na sexta-feira, um dia após o início da invasão, que a adesão de um ou ambos os países "teria sérias repercussões militares e políticas". Violações do espaço aéreo dos dois países por aviões russos ocorrem esporadicamente.
Aviões russos em espaço aéreo dos EUA podem ser capturados e ter tripulação detida
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos EUA (Estados Unidos), garantiu que se aviões russos entrarem no espaço aéreo dos EUA depois das 21h desta quarta-feira (2), poderão ser interceptados e ter tripulação detida, após a proibição entrar em vigor.
A informação foi dada durante uma entrevista da FAA a CNN.
"Os operadores de aeronaves sujeitos a este notam [nota oficial de divulgação] que não cumprirem estas instruções podem ser interceptados e seus pilotos e outros tripulantes detidos e interrogados pela polícia ou pessoal de segurança, conforme apropriado", disse a FAA.
A proibição se aplica a todas as aeronaves pertencentes, certificadas, operadas, registradas, fretadas, alugadas ou controladas por (ou em benefício de) qualquer cidadão da Rússia.
Aviões de passageiros e de carga estão entre os voos proibidos, "fechando efetivamente o espaço aéreo dos EUA para todas as transportadoras aéreas comerciais russas e outras aeronaves civis russas", detalhou o memorando.
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, já havia anunciado a punição à Rússia, na noite desta terça-feira (1º), em seu discurso em Washington.
A medida, que se soma a outras sanções já anunciadas pelo democrata desde o início da ação militar de Moscou no Leste Europeu, é similar a outras definidas pela União Europeia e pelo Canadá nos últimos dias.
O presidente iniciou o discurso falando sobre a guerra na Ucrânia. Ele elogiou a resistência do povo ucraniano e do presidente do país, Volodimir Zelenski. E destacou a resposta unificada dos países do Ocidente contra a Rússia como um exemplo de que a aliança entre EUA e Europa segue forte. E disse que, caso essa reação não tivesse acontecido, haveria um risco grande de as tropas de Putin atacarem outros países.
No comunicado em que o espaço aéreo dos EUA seria fechado para aviões russos, Biden fez novos ataques ao presidente russo.
"A guerra de Putin foi premeditada e não provocada. Ele rejeita esforços de diplomacia. Pensou que o Ocidente e a OTAN não responderiam. E pensou que poderia nos dividir aqui em casa. Putin estava errado. Estamos prontos," pontuou o democrata.
As medidas contra a Rússia, de modo geral, têm apoio bipartidário no Congresso dos EUA.