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México aponta ‘negligência’ de fabricantes de armas dos EUA em processo sem precedentes

O México insistiu em apontar a "negligência" dos fabricantes de armas dos Estados Unidos no processo apresentado contra estas empresas em uma corte federal americana, informou nesta terça-feira (1º) o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard.

Belize e Antígua e Barbuda, bem como promotores e procuradores de 14 estados dos Estados Unidos, saíram em apoio ao México apresentando um recurso amicus curiae perante o tribunal de Boston, que analisa o caso, informou o jornal local Milenio.

Assim, o México responde aos argumentos das fabricantes de armas Smith & Wesson, Beretta, Colt, Century Arms, Ruger e Barrett, que em 22 de novembro pediram a improcedência do pedido.

As empresas acreditam que o México não tem poder para processá-los e que têm imunidade sob a lei norte-americana pelo uso que terceiros fazem das armas que fabricam.

Ebrard disse em mensagem divulgada nas redes sociais que o governo manifestou "a clara negligência dessas empresas em suas ações" e que "no México a imunidade que invocam não se aplica".

O processo mexicano, aberto em agosto passado, aponta os danos causados por essas empresas "ao facilitar o tráfico ilegal de armas para os cartéis de drogas". "(As fabricantes) estão comercializando armas que elas sabem que vão acabar em atividades ilícitas, elas têm até uma série de pistolas que são inspiradas em famosas séries sobre drogas", acusou Ebrard.

O chanceler também disse que, desde 2011, cerca de 250.000 armas entraram ilegalmente no México. "Sabemos disso porque (essas armas) estiveram envolvidas em diferentes atos criminosos que custaram vidas humanas".

"Já respondemos, estamos otimistas (…) Vamos continuar com esse processo", acrescentou. Na ação, o México sustenta que entre 70% e 90% das armas recuperadas em cenas de crime no México vêm dos Estados Unidos.

Alguns desses fuzis foram recuperados após o espetacular ataque sofrido pelo chefe de polícia da Cidade do México, Omar García Harfuch, em junho de 2020.

Em agosto do ano passado, o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse que o litígio não visa interferir nas políticas dos Estados Unidos, que permitem a seus cidadãos o direito de manter e portar armas.

O México, de 126 milhões de habitantes, está imerso em um turbilhão de violência desde que o governo federal lançou uma controversa operação militar antidrogas em 2006. Desde então, mais de 340 mil homicídios foram registrados no país.

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