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OTAN envia navios e jatos ao leste europeu em meio a tensões com Rússia

A aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) afirmou nesta segunda-feira que estava colocando forças em prontidão e reforçando o leste europeu com mais navios e jatos de guerra, em resposta ao acúmulo de tropas russas nas fronteiras com a Ucrânia.

A medida é mais um sinal de que o Ocidente se prepara para uma medida agressiva vinda da Rússia contra a Ucrânia, embora Moscou negue ter planos para invadir o país vizinho.

"Saúdo os aliados contribuindo com forças adicionais à OTAN", disse o secretário-geral da aliança militar ocidental, Jens Stoltenberg, em comunicado. "A OTAN continuará a tomar todas as medidas necessárias para proteger e defender todos os aliados, incluindo reforçar a parte leste da aliança."

O Reino Unido afirmou que estava retirando alguns funcionários e dependentes de sua embaixada na Ucrânia em resposta à "ameaça crescente da Rússia", um dia depois de os Estados Unidos anunciarem que estavam ordenando que membros das famílias de diplomatas fossem embora do país.

"A ação militar da Rússia pode chegar a qualquer momento", afirmou a embaixada dos EUA em um comunicado. Autoridades "não estarão em posição de retirar cidadãos norte-americanos nessa contingência, então os cidadãos dos EUA que atualmente estiverem na Ucrânia têm que se planejar de acordo", acrescentou.

Diplomatas norte-americanos na embaixada em Kiev estão sendo liberados para irem embora voluntariamente.

As tensões em torno da Ucrânia contribuíram para o aumento no preço do petróleo. A mais recente negociação entre Rússia e EUA, na sexta-feira, não conseguiu produzir um avanço ao impasse.

A Rússia exige que a OTAN retire a promessa de que a Ucrânia pode se juntar à aliança um dia, e que ela retire tropas e armas de ex-países comunistas no leste europeu que entraram na OTAN após a Guerra Fria.
 

Washington afirma que essas demandas não são negociáveis, mas está pronto para discutir outras ideias em torno de controle de armas, implantação de mísseis e medidas que construam confiança.

Os Estados Unidos e a União Europeia advertiram a Rússia a não invadir a Ucrânia. A Dinamarca disse que a UE estava pronta para impor sanções econômicas "nunca antes vistas", e ministros das Relações Exteriores da UE se reunindo em Bruxelas disseram que enviariam um alerta unificado a Moscou.

Estima-se que 100.000 tropas russas estejam posicionadas ao alcance da fronteira com a Ucrânia. A Rússia está esperando a resposta por escrito às suas demandas esta semana.

O Reino Unido disse neste fim de semana ter informação de que o governo russo estava considerando um ex-parlamentar ucraniano como potencial candidato para chefiar uma liderança marionete pró-Rússia em Kiev.

Reino Unido alerta Rússia sobre sanções severas se instalar um “regime marionete” na Ucrânia

As potências ocidentais buscam uma solução diplomática para a crise com o governo russo, que mantém as tropas na fronteira com a Ucrânia. Neste sábado (22), os ministros da Defesa da Rússia e do Reino Unido concordaram em se reunir, em Moscou, para discutir a tensão russo-ocidental.

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, concordou em se reunir com o secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, para discutir a crise a Ucrânia. A última reunião bilateral entre os dois países ocorreu em Londres, em 2013.

Shoigu teria proposto o novo encontro, segundo uma fonte do Ministério da Defesa britânico. Wallace disse que "explorará todas as maneiras para alcançar a estabilidade e a resolução da crise ucraniana. Os dois países concordaram em manter discussões "francas" na próxima semana. Para o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, há esperança de que uma invasão militar russa ou incursão na Ucrânia "não aconteça".

A Rússia é acusada pelo Ocidente de ter reunido dezenas de milhares de soldados na fronteira na Ucrânia para preparar um ataque. O Kremlin nega suas intenções militares, mas insiste na retirada das tropas estrangeiras dos países da OTAN de todos os territórios que aderiram à Aliança após 1997.

A lista inclui 14 países do antigo bloco comunista, incluindo a Bulgária e a Romênia, que fazem parte da União Europeia. Os ocidentais consideram as condições inaceitáveis e ameaçam a Rússia de sanções em caso de ataque.

Alemanha pede “prudência” em potenciais sanções contra a Rússia por Ucrânia

O líder da Alemanha pediu que a Europa e os Estados Unidos avaliem com cuidado eventuais sanções à Rússia por agressões contra a Ucrânia, em uma crise que está colocando o principal fornecedor de gás de Berlim contra seus maiores aliados de segurança.

Entre as possíveis sanções do Ocidente contra o governo do presidente Vladimir Putin, a Alemanha pode paralisar o oleoduto Nord Stream 2 da Rússia, caso o país invada a Ucrânia. Mas isso arriscaria exacerbar a crise de fornecimento de gás na Europa que fez com que os preços disparassem.

“A prudência manda escolher medidas que teriam o maior efeito em quem violou os princípios concordados conjuntamente”, teria dito o chanceler alemão Olaf Scholz neste domingo, segundo o jornal alemão Sueddeutsche Zeitung.

“Ao mesmo tempo, temos que considerar as consequências que isso teria para nós”, acrescentou Scholz, dizendo que ninguém deveria pensar que há uma medida disponível que não gere consequências para a Alemanha.

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