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5G: 10 maiores companhias aéreas dos EUA advertem sobre impacto em voos

As dez maiores companhias aéreas dos Estados Unidos alertaram que o iminente funcionamento de serviços de internet móvel 5G causará uma "grande interferência" em voos.

Segundo elas, o início do serviços de 5G da Verizon e da AT&T, planejados para esta quarta-feira, dia 19, causará uma "calamidade econômica completamente evitável".

As empresas temem que os sinais de 5G em banda C perturbem os sistemas de navegação dos aviões, particularmente aqueles utilizados em situações de mau tempo. O alerta foi feito numa carta a autoridades americanas de aviação.

Nela, os executivos-chefes da American Airlines, Delta Air Lines e United Airlines, entre outros, disseram: "Uma intervenção imediata faz-se necessária para evitar uma perturbação operacional significativa para passageiros de voos, transportadores, cadeia de suprimentos e entrega de necessários suprimentos médicos", incluindo distribuição de vacinas.

A BBC teve acesso à carta que lista as urgentes preocupações das companhias. O documento foi enviado ao secretário de Transporte Pete Buttigieg, assim como ao chefe da FAA (Administração Federal de Aviação), o presidente da Comissão Federal de Comunicações e o diretor do Conselho Econômico Nacional.

Segundo apurou a BBC, as negociações continuam nos altos escalões do governo americano sobre o que foi descrito como uma "situação bastante indefinida".

As companhias aéreas querem que os sinais de 5G sejam excluídos de "aproximadamente duas milhas das pistas dos aeroportos em aeroportos afetados, como definido pela FAA em 19 de janeiro de 2022".

"Isso permitiria que o 5G seja adotado, mas evitando impactos prejudiciais no setor de aviação, no público em viagem, nas cadeias de suprimentos, na distribuição de vacinas, na nossa mão-de-obra e na economia como um todo".

"Nós pedimos, além disso, que a FAA identifique imediatamente aquelas estações de base mais próximas a pistas chave de aeroportos que precisem ser atendidas para garantir a segurança e impedir transtornos", acrescentaram os executivos.

Essas preocupações já haviam sido apresentadas recentemente pelas duas grandes fabricantes de aeronaves, Airbus e Boeing, num raro alerta conjunto.

O grupo de companhias aéreas disse: "Os fabricantes de aeronaves nos informaram que existem enormes parcelas da frota em operação que podem ter de ser impedidas de voar indefinidamente. "Além do caso provocado domesticamente, essa falta de aeronaves utilizáveis pode potencialmente deixar dezenas de milhares de americanos retidos no exterior".

Medidas de segurança

Num comunicado no domingo, dia 16, a FAA, que gerencia a segurança na aviação em todo o território dos Estados Unidos, disse que havia "liberado cerca de 45% da frota comercial dos EUA para realizar aterrissagens com pouca visibilidade em muitos dos aeroportos onde o 5G de banda C será implementado".

A FAA disse ainda que aprovara "dois modelos de altímetros de rádio para são instalados numa variedade de aviões Boeing e Airbus". A reguladora, porém, afirmou que "mesmo com essas novas aprovações, voos em alguns aeroportos ainda podem ser afetados".

"A FAA também continua trabalhando com fabricantes para entender como dados de um altímetro de radar são usados em outros sistemas de controle de voo. Passageiros devem verificar com suas companhias aéreas se há previsão de tempo no destino onde uma interferência provocada pelo 5G é possível", disse a Administração Federal de Aviação.

Empresas de telefonia investiram bilhões de dólares na modernização de suas redes para implementar a tecnologia 5G, que oferece serviços de internet muito mais rápidos e melhor conectividade.

Já houve vários adiamentos no início do funcionamento do sistema 5G devido a preocupações do setor de aviação – lançamentos do serviço em dezembro e no início de janeiro foram ambos suspensos.

O CTIA, grupo do setor de comunicação sem fio nos EUA, afirma que o 5G é seguro e acusou o setor aéreo de espalhar o medo e distorcer fatos. "Um adiamento provocará danos reais. Adiar a adoção em um ano tirará US$ 50 bilhões em crescimento econômico, exatamente quando nossa nação está se recuperando e se reconstruindo depois da pandemia", disse a executiva-chefe do CTIA, Meredith Attwell Baker, em um texto publicado num blog em novembro de 2021.

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