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EUA adverte Rússia sobre eventual agressão contra a Ucrânia

Os Estados Unidos emitiram uma dura advertência à Rússia nesta terça-feira (30) por uma possível agressão militar contra a Ucrânia, antes do início de uma reunião de chanceleres dos países da OTAN para discutir a tensão na fronteira russo-ucraniana.

"Qualquer escalada da Rússia seria muito preocupante para os Estados Unidos e para a Letônia, e qualquer agressão poderia ter consequências sérias", declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em entrevista coletiva em Riga.

Blinken evitou dar detalhes sobre as características dessa resposta, alegando que primeiro consultaria os aliados da OTAN, reunidos para um encontro de dois dias na capital da Letônia.

O ponto exclusivo da agenda é a enorme concentração militar russa ao longo da fronteira com a Ucrânia, situação que fez com que se acendessem os sinais de alerta em toda a região.

"Estamos muito perturbados com os movimentos que estamos vendo", disse Blinken.

A reunião de dois dias ocorre em um momento volátil no flanco oriental da OTAN, já que os aliados também enfrentam uma crise de migração que, segundo eles, é promovida por Belarus e apoiada pela Rússia.

A Rússia, que anexou a península da Crimeia em 2014 e apoia os separatistas que lutam contra o governo ucraniano, negou veementemente que esteja planejando um ataque e responsabiliza a OTAN por alimentar as tensões.

Os diplomatas da OTAN dizem que o bloco continua em dúvida quanto às intenções do presidente russo, Vladimir Putin, mas os ministros discutirão planos de contingência caso a Rússia invada.

As autoridades esperam conversas sobre um apoio adicional às forças armadas da Ucrânia e o potencial fortalecimento das forças da OTAN ao longo de sua zona leste.

No entanto, apontam que a Ucrânia não está coberta pelo pacto de defesa coletiva.

A Ucrânia é um país que aspira aderir à OTAN e será representada no encontro pelo seu ministro das Relações Exteriores.

"Não queremos deixar dúvidas de que haverá sérias consequências estratégicas para a Rússia, se ela seguir o caminho que tememos estar", disse um alto funcionário dos EUA.

"Ataque híbrido"

Os temores crescentes sobre a Ucrânia surgem no momento em que três membros da OTAN – Polônia, Lituânia e Letônia – enfrentam uma onda migratória que também ocupará parte da agenda da reunião.

Esses três países acusam outro aliado russo, Belarus, de enviar milhares de migrantes, principalmente do Oriente Médio, para suas fronteiras em um "ataque híbrido" em retaliação às sanções da UE contra o governo bielorrusso.

O presidente bielorrusso Alexander Lukashenko rejeita a acusação de impulsionar a onda de migrantes.

O presidente polonês, Andrzej Duda, solicitou o aumento do número de forças da OTAN na região leste do país em uma reunião com Stoltenberg há uma semana.

Mas uma medida para desencadear consultas de emergência nos termos do artigo 4 do tratado de fundação da aliança militar parece estar suspensa por enquanto.

Em uma viagem conjunta aos países bálticos no domingo, Stoltenberg e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeram intensificar a cooperação contra esses desafios.

As tensões na fronteira diminuíram um pouco, pois alguns migrantes começaram a retornar aos seus países de origem, mas a Polônia e a Lituânia insistem que a crise está longe do fim.

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