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EUA condenam teste ‘irresponsável’ de míssil espacial da Rússia

Os Estados Unidos criticaram a Rússia nesta segunda-feira (15) pela realização de um teste de míssil que explodiu um de seus próprios satélites, causando destroços considerados como uma ameaça para os astronautas na Estação Espacial Internacional (ISS).

"Hoje cedo, a Rússia conduziu irresponsavelmente um destrutivo teste de míssil antissatélite contra um de seus próprios satélites", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, chamando o comportamento de Moscou de "perigoso e irresponsável".

Segundo o porta-voz, esta ação "gerou mais de 1.500 detritos orbitais rastreáveis e centenas de milhares de pedaços menores de detritos orbitais que agora ameaçam os interesses de todas as nações".

A Estação Espacial passa "através ou perto da nuvem de detritos a cada 90 minutos", confirmou a Nasa em comunicado.

Durante as segunda e terceira passagens pelos detritos, as sete pessoas a bordo da ISS se refugiaram em suas navas, presas à estação, prontos para uma possível evacuação de emergência.

São quatro astronautas americanos, um alemão e dois russos. A medida foi tomada especificamente com base na avaliação de riscos da Nasa.

Nesta segunda-feira, o chefe da Nasa, Bill Nelson, se disse "indignado" pelo teste russo.

"Com seu longo histórico em voos espaciais tripulados, é impensável que a Rússia coloque em risco não só os astronautas americanos e internacionais na ISS, mas também seus próprios cosmonautas", assim como os astronautas chineses a bordo da estação espacial de seu país, declarou em um comunicado.

Sem detalhar se Washington analisa possíveis medidas retaliatórias, Price disse que os Estados Unidos "deixariam claro que não tolerarão esse tipo de atividade".

O teste da arma antissatélite da Rússia (ASAT) é uma rara demonstração de força de Moscou, criticada pela comunidade espacial por causa do risco que representa para as tripulações em órbita terrestre baixa.

Os Estados Unidos e a Rússia mantiveram fortes laços espaciais desde o fim da Guerra Fria, apesar das crescentes tensões políticas nos últimos anos.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, afirmou que "a preocupação imediata são os destroços, que agora estão flutuando e podem se tornar um perigo, inclusive para a Estação Espacial Internacional".

"Estamos examinando de perto o tipo de meio que a Rússia parece querer desenvolver, que pode representar uma ameaça não apenas aos nossos interesses de segurança nacional, mas também aos incentivos de segurança de outras nações com viagens espaciais", disse ele.

Mais cedo, o Comando Espacial dos EUA, braço do Pentágono, relatou que um "incidente gerador de destroços no espaço sideral" estava sendo investigado, o que levou os astronautas da ISS a se prepararem para uma possível evacuação das instalações.

A Nasa ainda não comentou o incidente, mas sua contraparte russa, Roscomos, minimizou o ocorrido.

 "Tudo está normal"

"A órbita do objeto, que forçou a tripulação hoje a se mover em direção à espaçonave de acordo com os procedimentos padrão, se afastou da órbita da ISS. A estação está na zona verde", declarou a agência russa em sua conta no Twitter.

"Amigos, tudo está normal conosco! Continuamos trabalhando de acordo com o programa espacial", declarou Anton Shkaplerov, atual comandante do posto avançado de Moscou, na mesma rede.

Durante o incidente, os astronautas da Nasa Raja Chari, Tom Marshburn, Kayla Barron e o astronauta da Agência Espacial Europeia Matthias Maurer permaneceram em sua nave SpaceX Crew Dragon por segurança, de acordo com um relatório mais recente da Spaceflight now.

Ao mesmo tempo, os cosmonautas russos Shkaplerov, Pyotr Dubrov e o astronauta da Nasa Mark Vande Hei embarcaram em uma espaçonave Soyuz no segmento russo.

Ambas as espaçonaves podem ser usadas como botes salva-vidas para trazer a tripulação à Terra em caso de emergência. A ISS conta atualmente com sete pessoas a bordo.

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