Lane Barreto
Situada na parte central do estado do Rio Grande do Sul, com ampla presença de organizações militares e de instituições de ensino superior, Santa Maria é uma das cidades onde ocorre mais uma fase da maior operação militar conjunta das Forças Armadas, neste ano de 2021. Coordenada pelo Ministério da Defesa, a Operação Conjunta Meridiano, fase Ibagé, envolve tropas e meios da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Sob responsabilidade da Força Terrestre, a etapa executada na Região Sul emprega mais de 5 mil militares, 1 mil viaturas, aeronaves e helicópteros.
As atividades ocorrem, entre 5 a 14 de novembro, em área de mais de 30 mil quilômetros quadrados. Até o fim da quinta-feira (11), cerca de 230 ações foram executadas no âmbito da Meridiano-Ibagé.
O planejamento envolve tiros de artilharia; ataque aéreo com caças; emprego do blindado Guarani para transposição de curso d’água; descontaminação nuclear, biológica, química e radiológica; lançamento de foguetes do Programa Astros 2020; defesa antiaérea; e destruição de antena pela tropa de Comandos e Forças Especiais.
No contexto desse treinamento, na manhã da quarta-feira (10), o Ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, acompanhou preparação para embarque de paraquedistas para realização de salto operacional, que é o lançamento de militares de uma aeronave.
Os saltos ocorreram a bordo de aeronaves KC-390 Millennium, C-130 Hércules e C-105 Amazonas, a 1,2 mil pés de altitude, o que equivale a 400 metros de altura. Participaram da atividade 155 paraquedistas das Forças Armadas, sendo 15 deles do Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais.
Em entrevista, o Ministro Braga Netto enfatizou que a operação “é importante para as Forças Singulares conhecerem as capacidades técnicas umas das outras e integrarem tropas ao cenário de alta tecnologia dos dias atuais”, destacou.
“Normalmente, cada Força faz os treinamentos de forma isolada, mas, em qualquer tipo de conflito, calamidade, ou necessidade de emprego dos militares, trabalhamos em conjunto”, ressaltou o Ministro da Defesa.
O grupo de paraquedistas do Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais, da Marinha, foi lançado do avião C-105 Amazonas, da Força Aérea. Os militares simularam ação de infiltração em território inimigo, que é o ingresso em um terreno sem ser percebido, seguido da destruição de uma estrutura no dia posterior.
“A nossa tarefa é infiltrar o grupo para fazer uma ação direta, basicamente, a destruição de uma antena”, explicou o Oficial de Operações Especiais da Força de Fuzileiros da Esquadra, Capitão de Mar e Guerra (FN) Max Guilherme de Andrade.
Treinamento de Guerra
No contexto geral do Exercício Conjunto Meridiano-Ibagé, militares simulam um conflito com duas Divisões de Exército atuando em lados contrários. Cada uma dessas divisões é integrada por militares das três Forças. A representação propicia intensa sinergia entre os integrantes das Forças Singulares, propiciando racionalização de meios e recursos, entre outros benefícios.
O Exercício aborda, ainda, as áreas de pessoal, inteligência, logística, comunicação social, assuntos civis e fogos. “Apoiamos a Operação Meridiano com o lançamento de paraquedistas e de cargas, entre outros”, sublinhou o responsável pelo apoio aéreo da etapa Ibagé, o Comandante da Base Aérea de Santa Maria, Coronel Aviador Aly Cesar Charone.
O Comandante Militar do Sul, General de Exército Valério Stumpf Trindade, enfatizou o crescimento e a integração da tropa nesse treinamento conjunto. “É uma satisfação profissional muito grande verificarmos o trabalho realizado na Operação Meridiano-Ibagé, com a participação das três Forças atuando de forma interoperável”, concluiu.
Três regiões do país
O Exercício Conjunto Meridiano abrange três regiões do País: Norte, Sudeste e Sul. A Operação foi dividida em três fases. A primeira, Meridiano-Poti, ocorreu no Pará, sob a responsabilidade da Aeronáutica e com o uso de aeronaves. A segunda fase, Dragão, a cargo da Marinha, será realizada nos litorais do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
Fotos: Comando Militar do Sul e Igor Soares/MD