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Os desafios dos militares em tempos de pandemia

Polyana Souza da Silva

 

 O SARS-COv² foi descoberto na China, em dezembro de 2019, e espalhou-se rapidamente pelo mundo. Segundo o Secretário-Geral da ONU, a pandemia do novo coronavírus “é o maior desafio global desde a Segunda Guerra Mundial”. Diante dessa crise, cada país sentiu a necessidade de convocar as Forças Armadas. O que fez com que os governantes tivessem os militares como a melhor e/ou única opção para o momento de crise epidemiológica? Quais medidas tomadas pelo Exército tiveram resultados positivos?

Os soldados das Forças Armadas são treinados para exterminar qualquer inimigo que ameace a incolumidade do país e possuem diversos recursos que nenhuma outra organização dispõe, tais como: organização e disciplina; suporte médico; proteção Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR); e facilidade de adaptação à exigência do cenário, dentre outros.

Ao redor do mundo, os militares trabalharam na preparação de hospitais de campanha para atender pacientes infectados pela covid-19; como exemplo, o Departamento Militar da Alemanha alocou 241 milhões de euros, que seriam destinados à compra de equipamentos e armas, para buscar materiais médicos no mercado global, segundo a Deutsche Welle.

No Brasil, o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), com o intuito de gerenciar os desafios da pandemia, ativou o Centro de Operações Conjuntas (COC), o Centro de Coordenação de Logística e Mobilização (CCLM) e os Comandos Conjuntos (CJ), que, ao todo, somaram dez, divididos no território nacional, levando-se em consideração as fronteiras geográficas entre as unidades da Federação, para as seguintes tarefas:

– Apoio aos órgãos de segurança pública no controle de acesso às fronteiras;

– Emprego de meios de Defesa Biológica, Nuclear, Química e Radiológica (DBNQR) para a descontaminação de material;

Apoio de logística, de inteligência e de comunicações;

– Ligação com os órgãos responsáveis pelas ações sanitárias; e

– Apoio à triagem de pessoas com suspeita de infecção para posterior encaminhamento aos hospitais.

Em Porto Alegre (RS), as Forças Armadas entregaram 547 mil medicamentos para o tratamento da covid-19 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). No município de Mirassol (SP), por meio do apoio do Comando Conjunto Sudeste ao governo estadual, o 37° Batalhão de Infantaria Leve (37°BIL) realizou a higienização, com uma solução à base de cloro e de álcool 70%, na Santa Casa, no Pronto Atendimento Municipal, nas Unidades Básicas de Saúde e nos estabelecimentos de ensino. Um dos maiores desafios do Exército foi conscientizar a população sobre a importância de se proteger, por meio da adoção de medidas sanitárias, para enfrentar a crise.

A pandemia do novo coronavírus tem mostrado que as Forças Armadas têm sido capazes de lidar com a situação de crise desencadeada pela covid-19. O preparo e a disciplina, aliados às estratégias criadas pelos militares, evidenciam para a população mundial que inúmeras vidas foram e ainda poderão ser salvas pelas medidas de segurança tomadas e pelo cumprimento de protocolos sanitários.

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