Um bombardeiro da Força Aérea dos Estados Unidos escoltado por caças de países aliados, como Israel, sobrevoou rotas marítimas importantes no Oriente Médio, onde ataques a navios foram registrados.
Um B-1B Lancer sobrevoou o Golfo Pérsico, o Estreito de Bab al-Mandeb, o Canal de Suez e o Golfo de Omã, informou o Comando Central dos Estados Unidos (Centcom) em um comunicado no sábado (30).
O avião também sobrevoou o Estreito de Ormuz, por onde passa um quinto da produção mundial de petróleo na cabeceira do Golfo, que o Irã considera uma zona estratégica de influência.
"A missão… pretendia transmitir uma mensagem clara de segurança", disse o Centcom.
Aviões de combate de Israel, Arábia Saudita e Bahrein, todos aliados dos Estados Unidos e que enfrentam a República Islâmica do Irã, escoltaram o bombardeiro americano em seus respectivos espaços aéreos.
"A prontidão militar para qualquer contingência ou missão – de resposta a crises a exercícios multilaterais a patrulhas de presença de um dia como esta – depende de parcerias confiáveis", comentou o comandante do Centcom, o general Frank McKenzie, chefe das forças americanas no Oriente Médio.
Caças egípcios também acompanharam o B-1B, um bombardeiro supersônico que pode transportar mais carga do que qualquer outra aeronave militar dos Estados Unidos.
Em janeiro, um bombardeiro americano B-52, que pode carregar armas nucleares, sobrevoou o Oriente Médio.
Irã e Israel são acusados desde fevereiro de protagonizar o que os analistas chamam de "guerra nas sombras". Navios ligados aos dois países foram atacados nas águas do Golfo Pérsico.
A patrulha regional, a quinta operação do Centcom até agora este ano, ocorre em um momento em que as negociações para reativar o acordo de 2015 para limitar o programa nuclear do Irã seguem paralisadas.
No sábado, os líderes dos Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha expressaram sua "viva e crescente preocupação" a respeito da violação do acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano por Teerã, a quem pediram uma "mudança de rumo".
Esses países, juntamente com a China e a Rússia, alcançaram um acordo histórico em 2015 para limitar o escopo do programa nuclear do Irã, a fim de impedir o desenvolvimento da bomba atômica, em troca do levantamento das sanções internacionais contra a República Islâmica. Em 2018, porém, o então presidente americano, Donald Trump, abandonou o pacto.
Diante da reimposição das sanções pela administração americana, o Irã, então presidido pelo moderado Hassan Rohani, decidiu retomar a produção de urânio altamente enriquecido, gerando preocupação entre os europeus que desejavam salvaguardar o pacto.