O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentará nesta quinta-feira no Pentágono as novas prioridades militares de seu governo, que previsivelmente incluirão cortes de bilhões de dólares. Ao apresentar a chamada Revisão Estratégica de Defesa em discurso, Obama estará acompanhado pelo secretário de Defesa, Leon Panetta, e pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Martin Dempsey, informou a Casa Branca em comunicado.
A revisão, iniciada em setembro do ano passado por Obama em consultas com as autoridades militares, refletirá os novos "desafios e oportunidades" enfrentados pelos EUA após uma década de guerra, antecipou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. Embora Carney não tenha dado detalhes sobre a revisão da estratégia, a previsão é que Panetta apresente cortes de bilhões de dólares no orçamento do Pentágono para a próxima década.
Fontes próximas ao Pentágono indicaram hoje que a nova estratégia previsivelmente eliminará a ideia de que os EUA podem manter abertas ao mesmo tempo duas guerras de grande envergadura, já que o novo enfoque se concentrará em ameaças como o terrorismo e ataques cibernéticos. O discurso de Obama no Pentágono procura mostrar o quão envolvido esteve o presidente americano nas negociações para moldar as novas prioridades de defesa do país, segundo a Casa Branca.
No ano passado, o líder americano solicitou cortes de US$ 400 bilhões em despesas de defesa em um prazo de 12 anos, no marco de amplas negociações entre o Congresso e a Casa Branca sobre como reduzir o déficit fiscal. Esses cortes previsivelmente incluirão uma redução de salários e benefícios, uma diminuição no número de pessoal civil e militar, e uma redução do arsenal nuclear e militar. Atualmente, um terço do orçamento militar está destinado para salários, pensões e cuidados de saúde para as tropas.
Em todo caso, os cortes militares terão grandes repercussões políticas para Obama, que tentará a reeleição em novembro, e são constante objeto de críticas por parte dos republicanos. O discurso de Obama no Pentágono, previsto para as 13h50 (de Brasília), servirá como espécie de prévia para as espinhosas negociações orçamentárias do Departamento de Defesa para o ano fiscal de 2013 que começa no próximo mês de outubro. Obama apresentará sua proposta de orçamento para o próximo ano fiscal no próximo dia 6 de fevereiro.
Por conta da retirada das tropas americanas do Iraque e do Afeganistão, o Congresso dos EUA já deve reduzir o orçamento de defesa para 2013 em cerca de US$ 662 bilhões. Esse número, segundo observadores, reflete um corte de US$ 27 bilhões sobre a solicitação orçamentária de Obama e um corte de US$ 43 bilhões sobre o orçamento para o ano fiscal em curso.