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VALE BEIJING – Retirada de Combustível falha e Navio é levado para Alto Mar

Após duas tentativas frustradas de retirar parte das sete mil toneladas de combustível de seus tanques nas últimas duas semanas, o navio Vale Beijing, que ameaça naufragar na costa maranhense, foi rebocado para o alto mar, a 64 quilômetros do porto de São Luís. Um mês após apresentar rachaduras no casco, o navio encomendado pela mineradora Vale a um estaleiro sul coreano ainda está longe de ter seu destino definido. Até agora não foi encontrada nenhuma solução para reparar as avarias surgidas na viagem inaugural da embarcação, uma das maiores do mundo. Para se manter estável, o Vale Beijing precisa do auxilio diário de três rebocadores.

Por conta das rachaduras no casco, que permitiram a entrada de água nos tanques de lastro, a popa do navio – a parte de trás da embarcação – está mais afundada do que a proa, o que na teoria poderia causar o rompimento do Vale Beijing ao meio. Por conta disso, ontem a companhia holandesa Smit, contratada para salvar o navio, estava programada para iniciar a transferência de cerca de 25 mil toneladas de minério de ferros do porão traseiro para porões mais próximos à proa do navio, afim de reduzir o risco de um acidente e dar mais estabilidade á embarcação.

Até agora, no entanto, não há nenhuma previsão de quando ou mesmo se será possível reparar o gigantesco navio de mais de 360 metros de comprimento e capaz de carregar quase 400 mil toneladas de minério de ferro, o suficiente para produzir aço para construir três pontes como a Golden Gate, em São Francisco, nos Estados Unidos. Nem a STX Pan Ocean, a dona do navio, ou a Vale, que encomendou a embarcação ao estaleiro sul coreano STX e o arrendou por 25 anos, apresentaram qualquer plano de reparo do Vale Beijing.
As duas empresas também têm se negado a prestar informações publicamente. A Vale, que encomendou 35 navios como o Vale Beijing a estaleiros chineses e sul coreanos recusa-se a tratar do assunto e afirma que toda a responsabilidade pelo ocorrido é da STX Pan Ocean. A empresa coreana, por sua vez, afirma que as informações só serão repassadas à Capitania dos Portos de São Luís.

Já a Capitania informa que ainda não recebeu um plano para reparar a embarcação ou mesmo retirar o combustível que está no navi-  o que, em caso de acidente, poderia provocar sérios danos ambientais ao ecossistema marinho da região.

Para comandante da Capitania dos Portos de São Luís, o capitão de Mar e Guerra Nelson Calmon Bahia, a única maneira de retirar o combustível é com o auxílio de um petroleiro. "Com a experiência que tenho de Marinha, consigo enxergar apenas essa possibilidade no momento”, disse ele em entrevista ao jornal Estado do Maranhão, referindo-se às dificuldades da operação por conta da situação do Vale Beijing.

De acordo com o superintendente do Ibama no Maranhão, Pedro Leão, tanto a Smit quanto a STX Pan Ocean estão tentando conseguir um navio petroleiro com a Petrobras para que a remoção do combustível seja realizada. “Nossa avaliação é de que não há risco imediato, mas queremos retirar o combustível para evitar danos ambientais se a situação evoluir de um incidente para um acidente”.

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