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Líderes da UE buscam união para enfrentar China e EUA

Os líderes da União Europeia (UE) iniciaram nesta terça-feira (5) uma reunião na Eslovênia para debater o lugar da Europa no mundo, enquanto buscam a unidade sobre como abordar os laços com China e Estados Unidos.

Para os 27 chefes de Estado e de governo, este é o primeiro encontro presencial desde o caos da retirada do Afeganistão e da polêmica diplomática que envolveu França, Estados Unidos e Austrália pela negociação de submarinos.

Embora não se espere um resultado concreto da reunião, "esta será a primeira vez que os líderes se reúnem desde junho e, com tudo o que aconteceu, isso parece há muito tempo", disse um alto diplomata da UE.

Ao chegar à sede da reunião, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que é uma oportunidade para "discutir o papel da UE no cenário internacional, especialmente depois dos últimos acontecimentos no Afeganistão, no Indo-Pacífico e nas nossas relações com a China".

"Estamos plenamente comprometidos com uma abordagem multilateral e precisamos de aliados fortes", acrescentou.

Como observou uma fonte diplomática francesa, "seria um erro fingir que nada aconteceu" nos últimos meses.

A França deixou evidente sua indignação em setembro, quando a Austrália cancelou de repente um acordo bilionário de submarinos franceses, dizendo que buscaria versões nucleares dos Estados Unidos, em um contexto de aumento das tensões com a China.

O caso se tornou em problema diplomático gigantesco que prejudicou as relações da UE com Austrália e Estados Unidos.

Antes de viajar para a Eslovênia, o presidente francês, Emmanuel Macron, se reuniu com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em um encontro que teve como objetivo acalmar as tensões na relação bilateral.

Os países de la UE expressaram – cada um à sua maneira – sua solidariedade com a França, embora especialmente os países bálticos e nórdicos relutem em criticar abertamente os Estados Unidos, país que consideram a máxima proteção contra a Rússia.

O desastre diplomático pelos submarinos ocorreu poucas semanas depois de os Estados Unidos retirarem suas tropas após duas décadas de presença no Afeganistão, ao verem o Talibã chegar novamente ao poder e pegar os europeus desprevenidos.

O colapso no Afeganistão e a crise diplomática pelos submarinos deram um novo impulso para aqueles que pressionam a UE a desenvolver suas próprias capacidades militares.

Outro dos assuntos que com certeza estarão na agenda é a crise desencadeada pelo drástico aumento nos preços da energia.

A Espanha pedirá aos líderes para deixarem de lado a diplomacia e entrarem em um acordo para uma resposta ousada da UE a esta questão, uma visão que a princípio parece agradar França, Grécia e Polônia.

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