O Irã pediu aos Estados Unidos nesta terça-feira que não volte a enviar sua frota ao Golfo Pérsico e disse que está preparado para responder a qualquer ameaça, de acordo com a agência oficial de notícias iraniana, "Irna".
"Aconselhamos a embarcação americana que saiu do Estreito de Ormuz e foi ao Mar de Omã que não retorne ao Golfo Pérsico", disse o comandante do Exército Ataollah Salehi, em alusão ao porta-aviões dos EUA que segundo o regime iraniano deixou a região na quinta-feira.
Salehi disse que a rota da embarcação dos EUA mostra que "os inimigos" do Irã captaram muito bem a mensagem das manobras navais "Velayat 90", que a Marinha iraniana realizou nas águas do sul do país, entre o Estreito de Ormuz e o Oceano Índico, e que todos os países da região terão êxito se apoiarem Teerã.
A Marinha iraniana concluiu no início desta madrugada as manobras "Velayat 90", que começaram no dia 24 de dezembro e testaram com sucesso vários mísseis de curto e longo alcance e um torpedo elétrico.
Além de armamento de última geração, nesses exercícios navais foram empregados navios de guerra, submarinos de diferentes tipos e aviões não tripulados.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, general Hassan Firuzabadi, acrescentou ao término das manobras que qualquer país que ataque o Irã pagará "um alto preço", de acordo com a "Irna".
O Irã se encontra no meio de uma polêmica por seu programa nuclear, que parte da comunidade internacional, liderada pelos EUA, acredita ter uma vertente militar destinada a fabricar bombas atômicas, o que Teerã nega e afirma que é exclusivamente civil e com objetivos pacíficos.
Neste contexto, personalidades dos EUA e Israel ameaçaram o Irã com ataques para evitar o desenvolvimento de seu programa nuclear, e Teerã contestou que daria uma resposta "arrasadora" caso isso acontecesse.
Além de eventuais ataques contra o território de Israel e as bases e navios dos EUA na região, o Irã disse que se sofrer uma agressão ou se sentir em perigo iminente, fecharia o Estreito de Ormuz, o que poderia significar um desabastecimento de petróleo no mundo de consequências imprevisíveis.