O repórter Rodrigo Bocardi pegou dez quilômetros de estrada de terra, passou por três porteiras e foi até uma área nos arredores de Los Angeles onde fica um campo de testes de aviões espiões. Do local, eles vão direto para as bases do Exército Americano. Os "drones" são aviões não tripulados, operados por controle-remoto.
Os aviões em testes não carregam armas. São pequenos e usados apenas para monitorar, enxergar o que acontece a até 20 quilômetros de distância. E só podem ser usados pelas Forças Armadas. Essa tecnologia, usada bastante em guerra, se mostrou tão eficiente que agora fazendeiros, polícias e empresas petrolíferas também querem usar aviões-espiões para proteger as propriedades rurais, os campos de petróleo e para monitorar os conflitos nas grandes cidades.
Hoje, os policiais fazem pessoalmente essa espionagem. Só que às vezes os helicópteros não resistem às armas do inimigo e caem. E junto vai a vida de quem estava a bordo.
Em uma fábrica na Califórnia, surgiu uma ideia, bem mais barata e muito mais segura: um helicóptero-espião que voa a até um quilômetro de distância. Ele funcionaria assim: o ladrão abandona o carro e foge. Policial chega e, antes de invadir a casa ou de se arriscar no terreno desconhecido, ele coloca o avião-espião para voar. Em poucos segundos, é possível monitorar o ladrão. Vendo o inimigo, a polícia começa a negociação. E ao perceber que está visualmente dominado, o criminoso baixa a arma e se entrega.
O preço da brincadeira fica em US$ 40 mil, pouco mais de R$ 70 mil. Já um helicóptero-espião no tamanho normal custa US$ 1,7 milhão, mais de R$ 3 milhões. A polícia de Los Angeles acabou de comprar 12 unidades e agora está de olho no espião pequenininho.
Para o comandante Bob Osbourne, essa será uma saída barata para um policiamento mais eficiente.
Esse futuro ainda não virou presente porque há questões de segurança aérea pendentes. Como colocar esses aviões e helicópteros no ar controlados por civis sem provocar acidentes?
“Nós achamos que regras devem ser estabelecidas aqui nos Estados Unidos para que as pessoas operem esses pequenos aparelhos sem provocar nenhum risco à segurança dos passageiros que viajam nos grandes aviões”, diz o diretor da empresa fabricante do helicóptero-espião.
Ele lembra que essas pequenas aeronaves vão também poder carregar coisas. É por isso que o departamento que controla a aviação nos Estados Unidos já anunciou que em janeiro vai divulgar as regras para os não-tripulados.
O futuro já está previsto: teremos um novo tráfego aéreo e seremos muito mais vigiados.