O presidente americano, Barack Obama, confirmou ontem que buscará a reeleição, tornando-se o primeiro candidato oficial para o pleito do ano que vem.
O anúncio foi feito por meio de um vídeo publicado no seu site e também de um e-mail enviado a seus seguidores. "Sempre soubemos que mudanças duradouras não viriam rápido nem fácil. Nunca vêm", diz o e-mail.
"Mas, na medida em que o meu governo e pessoas de todo o país lutam para proteger o progresso que tivemos -e fazer mais-, também precisamos começar a nos mobilizar para 2012, bem antes de chegar a hora de eu começar a campanha a sério."
Oficializado o registro, Obama pode começar a arrecadar dinheiro para a campanha. A expectativa é a de que ele levante mais de US$ 1 bilhão até novembro de 2012, superando os US$ 750 milhões arrecadados em 2008.
A dúvida é se ele vai conseguir mobilizar os pequenos doadores e repetir a primeira eleição, quando teve recorde de 4 milhões de contribuintes individuais, ou se vai depender do dinheiro de grandes corporações -estratégia que criticou no passado.
Obama já não entra na disputa com o frescor da novidade e precisa arcar com as críticas sobre suas decisões, ao invés de ser simplesmente o homem que iria mudar os rumos da Casa Branca que era comandada por George W. Bush (2001-2009).
O presidente vem patinando nos últimos meses com índice de popularidade em torno de 45% -distante dos 70% do início de mandato. Por outro lado, a oposição republicana ainda não conseguiu apresentar um candidato que se mostre viável para bater Obama.
DESAFIOS
Um dos principais desafios de Obama é a economia. O desemprego vem cedendo e está no menor patamar em dois anos, mas ainda em um nível alto para os padrões americanos (8,8%).
Além disso, a dívida americana está no limite, em US$ 14 trilhões, com os gastos crescentes do governo para tentar estimular a economia.
Os republicanos, que detêm a maioria na Câmara dos Representantes (deputados), devem propor hoje acordo para cortar gastos públicos em US$ 4 trilhões (dois PIBs brasileiros de 2010) em uma década, afetando principalmente programas de saúde.
No campo externo, Obama vem reduzindo a atuação das tropas americanas no Iraque e promete começar a fazer o mesmo no Afeganistão a partir de julho, mas envolveu recentemente o país na operação de proteção aos civis em confronto na Líbia.