Cresce a pressão sobre a Suíça para interromper as deportações de requerentes de asilo rejeitados para o Afeganistão. A Secretaria de Estado para MigraçãoLink externo (SEM) confirmou que o governo afegão solicitou uma suspensão de três meses das repatriações forçadas devido a novos combates e à pandemia de Covid-19.
Entretanto, o governo suíço não tem planos de mudar sua política de deportação, noticiou na quinta-feira o jornal Neue Zürcher Zeitung (NZZ). Entretanto, a SEM disse estar ciente da "situação tensa no Afeganistão" após os combates entre as tropas do governo e as forças talibãs nas últimas semanas.
Acrescentou que, na prática, as deportações só seriam realizadas sob condições "particularmente favoráveis" e em casos individuais. Existem atualmente 168 requerentes de asilo rejeitados na Suíça que aguardam deportação, de acordo com a NZZ. As últimas repatriações forçadas ocorreram em 2019.
Nas últimas semanas, várias organizações humanitárias na Europa alertaram contra a deportação de afegãos para um país onde a violência aumentou com a retirada das tropas da OTAN.
Direitos humanos
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos ordenou na quarta-feira a suspensão das deportações de afegãos da Áustria. Noruega, Suécia e Finlândia suspenderam as repatriações forçadas, informou a rádio SRF.
A comunidade afegã na Suíça conta atualmente com cerca de 20 mil membros, dos quais mais da metade é de refugiados. Segundo as autoridades cantonais, seria um grupo relativamente pequeno e bem integrado de refugiados, informa o NZZ. Mais de 300 mil afegãos abandonaram o país em 2021, de acordo com a ONU.