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Ministro da Defesa, Comandante do Exército e comitiva visitam organizações militares da Amazônia e acompanham o Presidente da República em inauguração de ponte

Mariana Alvarenga, E Margareth Lourenço

Em um dos locais de mais difícil acesso do Brasil, no extremo noroeste do Amazonas, a inauguração da Ponte Rodrigo e Cibele, na quinta-feira (27), contou com as presenças do Ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, e do Comandante do Exército Brasileiro, General de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

As autoridades acompanharam o Presidente da República, Jair Bolsonaro, na entrega da obra aos cerca de 400 indígenas, moradores da comunidade de Balaio, localizada no interior do município de São Gabriel da Cachoeira, na região do Alto Rio Negro.

A inauguração da ponte integra agenda de compromissos do Ministro da Defesa e do Comandante do Exército em organizações militares do Comando Militar da Amazônia. Desde a terça-feira (25) até o sábado (29), as autoridades acompanham as atividades desenvolvidas na região pelos integrantes da Força Terrestre.

Uma dessas atividades foi a construção da ponte no Km 91 da BR-307. A travessia beneficia não só os moradores da comunidade do Balaio como de povoados dos arredores e os militares sediados no 5º Pelotão de Fronteira, em Maturacá, que voltam a ter acesso ao comércio e a serviços oferecidos no município de São Gabriel da Cachoeira, a 101 quilômetros de distância.

O Presidente da República ressaltou que a obra “é pequena em extensão, mas grande pelo seu alcance social. Saio daqui feliz por ter participado de um momento como esse com vocês". O Ministro Braga Netto enfatizou que “a construção dessa ponte traz desenvolvimento para uma população que está esquecida no Brasil. Ela é necessária para levar o Estado brasileiro nessa área remota do País”.

O General de Exército Paulo Sérgio reforçou que a ponte é estratégica para a Força Terrestre. Ele destacou que “foi um trabalho muito árduo dos combatentes de engenharia. Essa ponte é um marco para nós por retomar, no futuro, o acesso até Cucuí”. O General referiu-se ao município distante 210 km de São Gabriel da Cachoeira e também beneficiado pela obra.

Erguida totalmente em madeira, a ponte tem 18 metros de comprimento por 6 metros de largura. O material para a obra saiu da capital de Roraima, por via terrestre, até Manaus, seguindo para São Gabriel da Cachoeira, por balsa, e novamente por terra até o canteiro de obras, a 91 km de distância do centro do município, que por via fluvial está a 1,5 mil km de Manaus.

Diante do grande desafio logístico, foi firmada parceria entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e o Exército Brasileiro para o planejamento e a execução da Ponte Rodrigo e Cibele. A obra foi concluída em 39 dias, de março a abril deste ano, por 25 militares do 2º Grupamento de Engenharia. Eles trabalharam mesmo debaixo das chuvas do inverno amazônico, que ocorrem diariamente.

O General Marcelo Pereira Lima de Carvalho, Comandante dessa Organização, explicou que a primeira ponte foi construída com a abertura da BR-307, na década de 1970. “Ao longo do tempo, recebeu duas manutenções, a última há 23 anos. Agora, em parceria com o DNIT, foi desmontada e reconstruída”, disse o General. O nome da obra homenageia os filhos do Capitão Hércules Grecco, Chefe da Seção Técnica do 1° Batalhão de Engenharia de Construção, organização militar responsável pela construção, em 1978.

O presidente da Associação das Comunidades Indígenas Balaio, Bartolomeu Fernandes Sampaio, disse que a ponte significa melhoria na logística deles. “Agora, vai ficar mais fácil sair da comunidade de carro, que leva uma hora e meia. A pé, levávamos semanas para chegar”, contou.

São Gabriel da Cachoeira é o município de maior concentração de comunidades indígenas no País, com 23 etnias, que vivem, principalmente, às margens dos rios da região conhecida como Cabeça do Cachorro. Para chegar até lá, só é possível de avião ou de barco.

A inauguração também foi prestigiada pelo Comandante do Departamento de Engenharia e Construção (DEC), General de Exército Júlio César de Arruda; pelo Chefe do Estado-Maior do Exército (EME), General de Exército Marcos Antonio Amaro dos Santos, e pelo Comandante Militar da Amazônia, General de Exército Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira.

Maturacá

Na manhã da quinta-feira (27), a comitiva do Ministério da Defesa e do Exército visitou a 2ª Brigada de Infantaria de Selva (2ª Bda Inf Sl), na sede de São Gabriel da Cachoeira. Para chegar até a organização, as autoridades deslocaram-se de voadeiras, que são pequenos barcos a motor, em trajeto de dois quilômetros pela floresta amazônica e sob o céu encoberto de nuvens.

De terça (25) a sábado (29), as autoridades estão na região, onde dirigem às tropas palavras de incentivo e coragem por atuarem na proteção e defesa da floresta amazônica e das fronteiras brasileiras, bem como manterem constante treinamento em prol da soberania do Brasil.

Ao chegarem à organização militar, as autoridades foram recepcionadas pela tropa de combatentes de selva – como são chamados os soldados que servem na Região Amazônica. Na ocasião, o Ministro Braga Netto enalteceu a todos pelo trabalho e reforçou que podem contar com o apoio da Pasta Defesa. “Nós é que temos que prestar continência aos senhores. Vocês, na maioria das vezes, são a única expressão de Estado brasileiro aqui na região da Amazônia, e são a razão de ser de toda a estrutura que está acima”, exaltou.

Por sua vez, o Comandante da 2ª Bda Inf Sl, General de Brigada Alexandre Ribeiro de Mendonça, incentivou os militares. “São esses homens e mulheres que, diuturnamente, têm a função de proteger e defender a região mais bela do planeta”, destacou.

A maioria dos militares dessa organização militar, bem como das demais do município de São Gabriel da Cachoeira, são indígenas. Para dar as boas-vindas às autoridades, militares de dez etnias, das 23 que existem na região, saudaram com as palavras: “sejam bem-vindos à Cabeça do Cachorro, nós defendemos a Amazônia, selva!”, em seus diferentes dialetos.

A 2ª Bda Inf Sl contribui na vigilância estratégica de uma área de cerca de 2,9 mil km², correspondente ao território do Reino Unido. Atua, também, na proteção 1,5 mil km de fronteira, por meio das tropas de sete Pelotões Especiais de Fronteira (PEFs) da região. A organização militar engloba os municípios de São Gabriel da Cachoeira, onde fica a sede, Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro.

Além disso, de forma subsidiária, os militares prestam apoio às comunidades ribeirinhas da região. Durante a Operação Covid-19, de enfrentamento ao novo coronavírus, o Exército, junto com a Marinha e a Aeronáutica, distribui insumos e alimentos, faz controle sanitário e, atualmente, apoia também a vacinação.

Tefé

Na quarta-feira (26), as autoridades visitaram a 16º Brigada de Infantaria de Selva (16º BIS), localizada em Tefé, município a 522 km da capital amazonense. Daquela região, as autoridades partiram para o município de São Gabriel da Cachoeira, por transporte fluvial.

O trajeto, com duração de uma hora pelo Rio Negro, foi a bordo de um catamarã, embarcação muito usada nos rios da Amazônia. No dia seguinte, a jornada de visitas teve início pelo 5º Pelotão de Fronteira de Maturacá. Essa base militar é caraterizada pela proximidade de 33 quilômetros do Pico da Neblina, monte mais alto do Brasil, com quase 3 mil metros de altura.

Fotos: Tenente-Coronel Gama

 

 

 

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