Em uma cerimônia simbólica, a bandeira palestina foi hasteada nesta terça-feira, em Paris, em presença do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e do ministro de Relações Exteriores palestino Riad Maliki. A Unesco foi a primeira organização da ONU a reconhecer os palestinos como membros de pleno direito.
“O presidente Abbas quer demonstrar a importância que dá à Unesco. Esta é a primeira vez que a bandeira tremulará na sede de uma instituição da ONU”, explicou um responsável palestino.
A Unesco foi a primeira organização da ONU a acolher, no final de outubro, os palestinos como membros de pleno direito. A vitória diplomática dos palestinos, no dia 31 de outubro, foi simbolicamente importante na luta pelo reconhecimento do Estado. Somente 14 países da conferência geral se opuseram à entrada, que foi efetivada no final de novembro, com a assinatura da Ata Constitutiva da Unesco.
O voto não agradou os Estados Unidos, que considera que a adesão dos palestinos a organizações internacionais só pode ser feita depois da assinatura de um acordo de paz com Israel. Em represália, Washington anunciou a suspensão do financiamento à Unesco, privando a organização de 22% de seu orçamento. Leis americanas proíbem a Casa Branca de financiar uma agência da ONU que reconheça os palestinos como Estado.
Após a aceitação da Palestina como membro pleno, Israel também anunciou medidas de represália, como a colonização no leste de Jerusalém e na Cisjordânia e o bloqueio de fundos para a Autoridade Palestina. Posteriormente, o Estado hebreu cedeu à pressão internacional e desbloqueou os fundos.
Mas a adesão à Unesco não teve até agora consequências na luta pela integração dos palestinos à ONU. A candidatura continua bloqueada no Conselho de Segurança. Segundo especialistas, os dirigentes palestinos devem se abster de pedir uma votação no Conselho de Segurança enquanto não tiverem certeza de contar com os 9 dos 15 votos necessários para sua candidatura.
Após a cerimônia, Abbas deve se encontrar com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, antes de viajar para Londres e Ancara.