O último mês de janeiro apresentou a menor área de alertas de desmatamento na Amazônia Legal dos últimos quatro anos, com uma redução de 70% em relação ao mesmo mês de 2020, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Nos últimos seis meses, os avisos de desmatamento tiveram redução de 21%.
Entre agosto de 2020 e janeiro de 2021 foram 988km2 de redução em alertas, de acordo com dados do Inpe. A título comparativo, trata-se de uma área superior a área urbana da cidade de São Paulo – maior centro urbano do país com aproximadamente 950km2.
Esses dados demonstram o bom desempenho do trabalho integrado coordenado pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL) na região, principalmente por meio da Operação Verde Brasil 2. Do início da operação até janeiro deste ano, foram apreendidos 331 mil m³ de madeira, 1.699 embarcações, 326 tratores e 20 aviões/helicópteros, resultando na aplicação de 4.842 multas e totalizando o valor de 3,33 bilhões de reais.
A otimização das ações das equipes de campo durante a Operação tem sido garantida por meio do trabalho técnico-científico de uma equipe de analistas de órgãos governamentais reunidos no Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão subordinado ao Ministério da Defesa.
O Grupo de Integração para Proteção da Amazônia (Gipam) faz a fusão e verificação de informações disponíveis nos bancos de dados de agências de proteção ambiental e órgãos policiais e elabora relatórios que mostram detalhes sobre onde ocorre o desmatamento e o garimpo ilegal. A partir desses relatórios, o comando da Operação Verde Brasil e os órgãos ambientais realizam o planejamento das ações das Forças Armadas e equipes de fiscalização.
O grupo é composto, permanentemente, pelos seguintes órgãos: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Serviço Florestal Brasileiro, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Fundação Nacional do Índio (Funai), da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e Agência Nacional de Mineração (ANM).
“No Gipam integramos pessoas, sistemas, informações e conhecimento. A metodologia científica, desenvolvida de forma conjunta pelo grupo, beneficia-se da expertise de cada um dos seus integrantes, partindo de uma análise detalhada de diversas informações já disponíveis em cada órgão.”, afirma o diretor-geral do Censipam, Rafael Pinto Costa.
O cruzamento de alertas de desmatamento com registros do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o banco de dados dos estados é uma das metodologias aplicadas pelos analistas sediados no Censipam. Com isso, é possível verificar se as áreas tiveram autorização para realizar o desmate.