Mais de 150 pessoas foram denunciadas por crimes federais após a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, informou o Departamento de Justiça americano nesta terça-feira (26).
Os investigadores abriram investigações contra mais de 400 pessoas, disse Michael Sherwin, procurador federal interino de Washington. O ataque deixou cinco mortos.
Fundamentado por um robusto material em vídeo e registros nas redes sociais, assim como por grande quantidade de denúncias do público, o Departamento de Justiça espera que o número de casos continue aumentando.
"Enquanto estamos sentados aqui, agora, a lista continua crescendo", disse Sherwin.
Embora as acusações iniciais tenham sido por crimes menores, como a entrada ilegal ao Capitólio ou conduta desordenada, o procurador interino explicou que sua equipe acrescentou agora acusações "significativas" de crimes graves para a maioria dos 150 acusados.
Estes incluem ataque a agentes da polícia e obstrução de um procedimento federal, já que os atacantes invadiram a sessão das duas câmaras do Congresso na qual seria certificada a vitória nas eleições do agora presidente Joe Biden.
Estas acusações podem acarretar condenações de cinco a 20 anos de prisão.
E as autoridades federais também investigam um grupo de pessoas por uma possível conspiração e insurreição, que pode resultar em até 20 anos de prisão.
Três pessoas já foram denunciadas com estas acusações, disse Sherwin.
Este aspecto é significativo, acrescentou, "porque demonstra que grupos de milicianos estiveram envolvidos no planejamento e posterior entrada à força ao Capitólio".
Steven D'Antuono, o agente do FBI a cargo da investigação, disse que os agentes ainda buscam a pessoa ou as pessoas que colocaram dois artefatos explosivos – que não explodiram – perto do Capitólio nesse dia.
O FBI oferece recompensa de 75.000 dólares por qualquer informação.
D'Antuono disse que o ataque de 6 de janeiro é um dos maiores casos investigados pelo FBI, e que receberam mais de 200.000 pistas do público em geral.
"Este caso é desafiador, complexo e é grande", acrescentou.
Trump, por sua vez, enfrentará desde 9 de fevereiro um julgamento político no Senado, após ter sido acusado pela Câmara de Representantes de incitamento à insurreição por supostamente incentivar seus seguidores a atacar a sede do Legislativo.