O chefe da diplomacia americana Mike Pompeo acusou nesta terça-feira (15) a Rússia de "ameaçar a estabilidade do Mediterrâneo" e de "semear o caos" nos países da região.
Em um comunicado, o secretário de Estado respondeu ao seu homólogo russo, Serguei Lavrov, "que acusou os Estados Unidos de fazer jogos políticos" na região. "O senhor Lavrov está claramente equivocado e tenta reescrever a história", disse. "Na verdade, Estados Unidos trabalha de forma produtiva com os sócios regionais e apoia os processos políticos da ONU na Líbia", afirmou Pompeo em sua conta oficial no Twitter.
"Rússia, por sua vez, mina a política interna dos países do Mediterrâneo, apoia o ditador brutal da Síria [Bashar Al-Assad, ndlr] e alimenta o conflito na Líbia por meio de grupos aliados", acrescentou.
E ampliou no comunicado: "A Rússia continua ameaçando a estabilidade do Mediterrâneo usando várias técnicas para propagar desinformação, prejudicar a soberania nacional e semear o caos, os conflitos e a divisão nos países da região", acrescentou. Pompeo denunciou o comportamento de Moscou na Líbia, Grécia e Síria, no mesmo dia em que o presidente russo Vladimir Putin parabenizou o democrata Joe Biden por sua vitória contra Donald Trump nas eleições de novembro.
O magnata republicano nunca conseguiu cumprir de fato sua promessa de melhorar as relações com Moscou ao tropeçar desde o início nas acusações da suposta interferência russa em sua vitória de 2016 e com a hostilidade da classe política dos Estados Unidos contra o Kremlin. Vladimir Putin aguardou mais de um mês para felicitar Joe Biden por sua vitória eleitoral. "Por mim, estou pronto para uma colaboração e para estabelecer contatos com você", disse Putin nesta terça-feira em um telegrama, de acordo com o Kremlin.
Putin espera resolver diferenças com EUA no governo Biden
O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (17) que espera resolver com o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, os problemas entre os dois países, cujas relações são conflituosas.
"Esperamos que todos os problemas que surjam, ou talvez não todos, mas pelo menos parte deles, sejam resolvidos sob o novo governo dos Estados Unidos", disse Putin em sua tradicional entrevista coletiva de fim de ano.
Putin foi um dos poucos líderes que esperaram o voto do Colégio Eleitoral dos EUA a favor de Biden para parabenizá-lo na terça-feira. Citou a incerteza sobre o resultado da eleição de 4 de novembro causada pela recusa de Donald Trump de reconhecer a derrota e por ações judiciais.
Biden se comprometeu a se manter firme ante Moscou, acusada de ter interferido no sistema eleitoral americano para ajudar Trump a vencer a eleição de 2016 contra a democrata Hillary Clinton.
Trump sempre negou ter-se beneficiado de ajuda russa, acusação também rejeitada por Putin, apesar das conclusões de investigadores americanos que levaram à imposição de sanções a Moscou.
Ontem, o presidente russo voltou a rejeitar que tenha havido qualquer interferência, por parte de Moscou, nas eleições americanas.
"São especulações, cujo objetivo é deteriorar as relações entre Rússia e Estados Unidos e também para que não se reconheça a legitimidade daquele que continua sendo o presidente dos Estados Unidos", disse ele, em referência a Donald Trump.