Tenente Letícia E Major Monteiro
Com objetivo de aprimorar o Sistema de Saúde da Aeronáutica (SISAU), modernizando e alinhando às novas tendências de governança nacional e mundial, a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Comando-Geral do Pessoal (COMGEP) e da Diretoria de Saúde da Aeronáutica (DIRSA), realiza a reestruturação do SISAU. O foco está, também, em proporcionar um sistema de saúde de qualidade, sustentável, funcional e, sobretudo, resolutivo, assim percebido no contato ou cuidado prestado a cada pessoa.
A reestruturação encontra-se em sinergia com a Diretriz para o Aprimoramento da Reestruturação do Comando da Aeronáutica. Ao COMGEP, amplia-se a oportunidade de avanços sistêmicos na gestão, conforme comenta o Comandante-Geral do Pessoal,Tenente-Brigadeiro do Ar Luis Roberto do Carmo Lourenço.
“Um sistema de saúde com quase 80 anos de história de bons serviços e conquistas necessitava ser atualizado. A Força Aérea vem se aprimorando e se aperfeiçoando, e o mesmo deve acontecer com a área da saúde, de modo convergente”, destaca o Oficial-General.
A DIRSA terá novas oportunidades para implantação de melhores práticas e adequadas condições técnicas. Dessa forma, o Diretor de Saúde, Major-Brigadeiro Médico José Luiz Ribeiro Miguel, destaca o objetivo da reestruturação.
“A nova arquitetura do SISAU será disposta em níveis de atenção à saúde segundo o adensamento populacional, a densidade tecnológica e pelo grau de especialização e complexidade crescente dos procedimentos executados, variando do nível primário, que prioriza a Atenção Primária à Saúde (APS), passando pelo nível intermediário, a Média Complexidade, até o nível terciário, aí contemplando a Alta Complexidade, aqui exemplificada nos Hospitais de Força Aérea”, completa o Major-Brigadeiro Miguel.
Mudanças estruturantes
As principais mudanças, com alto impacto transformador, foram divididas em eixos, sendo eles: governança; gestão por processos e por resultados; Atenção Integral à Saúde (AIS) organizada em Rede de Atenção à Saúde (RAS); nova estrutura por níveis de complexidade; conectividade e interoperabilidade entre os pontos de atenção, integrados e aderentes ao conceito de Registro Eletrônico de Saúde (AGHUse, SISAUC e Sistema Pericial); e parcerias estratégicas. Segundo o Comandante do COMGEP, tais medidas representam um salto em qualidade e sustentabilidade. "Os modelos adotados estão presentes nos sistemas de saúde associados a melhores resultados em diversos países, a exemplo do Canadá, Inglaterra, Holanda, dentre outros”, disse.
Novidades da Reestruturação do SISAU
Como elemento matricial e também norteador, passará a ser adotada, a partir da agora, a Estratégia da Atenção Integral à Saúde (AIS) com foco na Atenção Primária à Saúde, conhecida como a porta de entrada dos usuários nos sistemas de saúde, ou seja, é o atendimento inicial, de primeiro contato e resolutivo, de modo a ampliar o acesso e garantir a integralidade e a coordenação do cuidado.Assim, o objetivo e a abrangência vão desde a promoção à saúde e prevenção de riscos e de doenças, passando pela melhor orientação ao percurso assistencial do beneficiário, de modo a solucionar na entrada os agravos mais frequentes e mais simples e direcionar os casos mais graves para níveis de atendimento superiores em complexidade. “O verdadeiro processo de mudança dar-se-á de dentro para fora, a partir de uma nova percepção de valor compreendida à ótica de cada indivíduo proporcionada pelo entendimento de que a Reestruturação é necessária e fundamental como processo de renovação, alicerçada na inovação e na melhoria contínua”, salienta o Tenente-Brigadeiro Lourenço.
Premissas da reestruturação
O Subdiretor Técnico e Subdiretor de Perícias Médicas da DIRSA, e também Coordenador Técnico do Núcleo de Gestão, Avaliação e Monitoramento da Reestruturação do SISAU (NGAM), Brigadeiro Médico Cloer Vescia Alves, destaca as premissas estabelecidas para a reestruturação e os compromissos estabelecidos entre os entes do novo modelo de gestão em quatro níveis: MACRO (COMGEP), MESO (DIRSA), MICRO (OSA) e NANO (SERVIÇO/EQUIPE). “Trata-se da sustentabilidade, que é a melhoria contínua dos processos que suportam o SISAU, para gerar economia de meios e de recursos; e da qualidade, que é o incremento da satisfação dos beneficiários em relação ao sistema de saúde. A matriz para que se alcance esse novo horizonte reside no Quádruplo Cuidado (do inglês, Quadruple Aim), que prepondera a melhor experiência do indivíduo, melhor saúde dos beneficiários, engajamento dos profissionais e equipe, propiciando equilíbrio econômico e financeiro”, finaliza o Brigadeiro Cloer.
Fotos: Soldado Wilhan Campos / CECOMSAER