A expectativa é que todos os dispensados sejam reintegrados ao quadro da empresa a partir de 2012, quando R$ 211 milhões serão liberados pelo governo federal para a indústria.
A verba é referente ao desenvolvimento do programa Astros 2020, considerado o ‘salvador’ da empresa que completou 50 anos em 2011.
Até agora, a Avibras recebeu R$ 45 milhões de um total de R$ 1 bilhão previsto para o Astros 2020. A quantia liberada em agosto foi um adiantamento para a produção de munições e simuladores de treinamentos.
Com o dinheiro, foi possível recontratar trabalhadores e acertar parte das dívidas trabalhistas, como valores referentes à rescisão nos demitidos em janeiro.
“Este mês, pela primeira vez após as demissões, os trabalhadores receberam em dia. Até o décimo terceiro já foi depositado”, afirmou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, José Donizetti de Almeida.
Após a confirmação da contratação do programa Astros 2020, o presidente da Avibras, Sami Hassuani, informou que a prioridade da empresa seria recontratar os demitidos no início do ano. De acordo com Almeida, apenas os funcionários aposentados que trabalhavam na Avibras não desejam retornar. “Eles querem o dinheiro da rescisão. O restante pretende voltar”, disse.
Além dos 157 recontratados, a empresa projeta empregar outras 1.000 pessoas quando a produção voltar a ficar acelerada.
Equipamentos. Atualmente, 900 trabalhadores atuam na empresa. Com o início do desenvolvimento do Astros 2020, a expectativa é que outros países façam a encomenda dos equipamentos da empresa.
“Diria que a Avibras é a empresa com o melhor cenário da região a médio e longo prazo, voltando a ser a indústria com maior representatividade da região depois de Embraer e General Motors”, afirmou Almeida.
O presidente da Avibras não foi localizado ontem para comentar o assunto.
A Avibras entrou em recuperação judicial em julho de 2008. O valor do processo era de cerca de R$ 500 milhões. Só a dívida da empresa com a União era de cerca de R$ 400 milhões, mas, depois de renegociação, foi fixada em R$ 207 milhões.
Desse total, o governo federal estuda capitalizar R$ 164 milhões em ações na própria empresa, segundo revelou o assessor especial do Ministério da Defesa, José Genoino.
O projeto está sendo analisado pelos ministérios da Defesa, do Planejamento e da Fazenda e com o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) e ainda não tem prazo para ser oficializado.