Israel, cujo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu visitou a Arábia Saudita em segredo no domingo, tem relações tumultuadas com o mundo árabe e travou várias guerras desde sua criação em 1948.
Guerras
Em 14 de maio de 1948, três anos após o fim da Segunda Guerra Mundial e o extermínio de mais de seis milhões de judeus pelos nazistas, David Ben-Gurion proclamou o Estado de Israel sobre parte da Palestina.
No dia seguinte, os exércitos árabes entraram em guerra contra o novo Estado, que venceu. Mais de 760.000 palestinos foram expulsos ou forçados ao êxodo.
Em outubro de 1956, três meses após a nacionalização do Canal de Suez pelo Egito, Israel lançou um ataque ao Sinai egípcio e chegou ao canal. Sob pressão internacional, retirou-se.
Em 5 de junho de 1967, Israel lançou a Guerra dos Seis Dias contra o Egito, a Síria e a Jordânia, tomando Jerusalém Oriental, a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, o Golã Sírio e o Sinai.
Em 6 de outubro de 1973, o Egito e a Síria atacaram Israel no Sinai e nas Colinas de Golã. O exército israelense prevaleceu.
Paz com o Egito
Em novembro de 1977, Anouar al-Sadat fez uma visita histórica a Israel, que abriu o caminho para os acordos de Camp David. Em 26 de março de 1979, o primeiro-ministro israelense Menachem Begin e o presidente egípcio concluíram em Washington o primeiro tratado de paz árabe-israelense.
Invasão do Líbano
tropas israelenses invadiram o Líbano. A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) de Yasser Arafat teve que deixar o país. As tropas israelenses ocuparam o sul do Líbano até 2000. Após o sequestro de soldados israelenses pelo Hezbollah em 2006, Israel lançou uma ofensiva devastadora no Líbano.
Paz com a Jordânia
Em 26 de outubro de 1994, os primeiros-ministros israelense Yitzhak Rabin e jordaniano Abdel Salam Majali assinaram um tratado de paz. O acordo garante a segurança de Israel em sua fronteira mais longa.
Intifadas e acordos de Oslo
No final de 1987, os palestinos iniciaram a "guerra das pedras", a primeira Intifada contra a ocupação israelense.
Em 13 de setembro de 1993, após negociações secretas em Oslo, Israel e a OLP assinaram em Washington acordos sobre a autonomia palestina, selados por um aperto de mão entre Yitzhak Rabin e Yasser Arafat, que estabeleceu a Autoridade Palestina nos territórios ocupados.
Em novembro de 1995, Yitzhak Rabin foi assassinado por um extremista judeu.
Em setembro de 2000, uma visita controversa do líder de direita Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental desencadeou uma segunda Intifada.
O exército israelense reocupou várias cidades na Cisjordânia e lançou em março de 2002 sua maior ofensiva desde 1967.
Em 2005, Israel retirou-se unilateralmente da Faixa de Gaza. Impôs um bloqueio à região desde que o Hamas assumiu o controle do enclave em 2007, que viu três guerras em 12 anos.
Apoio de Trump
Em dezembro de 2017, Donald Trump reconheceu unilateralmente toda Jerusalém como a capital de Israel. Em maio de 2018, os Estados Unidos mudaram sua embaixada para Jerusalém.
Em março de 2019, Donald Trump reconheceu a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã antes de revelar em janeiro de 2020 um plano polêmico prevendo a anexação por Israel de partes da Cisjordânia ocupada.
Normalização com Emirados e Bahrein
Em 15 de setembro, os Emirados e Bahrein, que nunca estiveram em conflito com Israel, assinam acordos de normalização com Israel na Casa Branca.
Segundo Abu Dhabi, o acordo prevê a suspensão da anexação de partes da Cisjordânia, mas Netanyahu se refere a uma suspensão temporária. Palestinos denunciam uma "facada nas costas".
Conversas com o Líbano
Em 14 de outubro, Líbano e Israel, oficialmente ainda em guerra, iniciaram conversações sob mediação de Washington sobre suas fronteiras marítimas.
Uma quarta rodada está marcada para o início de dezembro.
Normalização com Sudão
Em 23 de outubro, Donald Trump anunciou a normalização das relações entre Israel e o Sudão, garantindo que os dois países haviam feito a "paz". Ele diz que "pelo menos cinco" outros países árabes querem normalizar suas relações com Israel e espera que a Arábia Saudita esteja entre eles.
Netanyahu na Arábia Saudita
Em 22 de novembro, Netanyahu foi em segredo à Arábia Saudita, para se encontrar em particular com o poderoso príncipe herdeiro Mohammed bin Salman (MBS), relataram no dia seguinte fontes corroborantes. Poucas horas depois, o ministro saudita das Relações Exteriores, príncipe Faisal ben Farhane, entretanto, negou no Twitter qualquer encontro entre MBS e o líder israelense.