Grace Yarango tem só 18 anos e já ajudou a derrubar um presidente. Agora, ela e muitos outros jovens peruanos millenials e da Geração Z estão de olho em metas ainda mais ambiciosas, como mudar a Constituição e reformar um Congresso repudiado por muitos.
A geração mais jovem do Peru –batizada de “bicentenários” por causa do 200º aniversário da independência do país no ano que vem– esteve no centro dos protestos recentes que levaram à renúncia do presidente interino no domingo.
A indicação do parlamentar socialmente liberal Francisco Sagasti na terça-feira, o terceiro presidente do Peru em pouco mais de uma semana, restaurou alguma calma, mas a crise desencadeou uma revolta mais ampla contra as classes políticas e a corrupção desenfreada do país.
Isto pode levar o Peru a seguir os passos do vizinho andino Chile, que na esteira de manifestações de rua intensas ocorridas no ano passado está reescrevendo sua Constituição. “Queremos corrigir os erros de gerações anteriores”, disse Yarango, que espera votar pela primeira vez nas eleições agendadas para abril de 2021.
“Sinto-me parte desta geração bicentenária, queremos um país melhor.” Os protestos foram provocados pela remoção abrupta do líder de centro Martín Vizcarra por meio de um julgamento de impeachment realizado em 9 de novembro pelo Congresso de maioria opositora, grande parte do qual se revoltou com as medidas anticorrupção de Vizcarra.
Jovens peruanos acusaram os parlamentares de serem corruptos e agitaram cartazes pedindo uma mudança constitucional.