Os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas chamaram a Armênia e o Azerbaijão a respeitarem o novo cessar-fogo decretado em Nagorno Karabakh, durante uma reunião celebrada nesta segunda-feira (19) para tratar da tensa situação na região.
Em sua sede em Nova York, o Conselho manteve discussões a portas fechadas sobre o conflito que deixou centenas de mortos desde que os confrontos começaram, em 27 de setembro.
Durante a reunião, celebrada a pedido de França, Rússia e Estados Unidos, os 15 membros do Conselho reiteraram o pedido do secretário-geral da ONU, António Guterres, para que as partes respeitem o novo cessar-fogo.
"Todo mundo dizia a mesma coisa: a situação é ruim e ambos os lados precisam recuar e atender os chamados do secretário-geral para um cessar-fogo", disse um diplomata à AFP.
A Rússia, que ocupa atualmente a presidência rotativa do Conselho, trabalha em um comunicado para chamar à adesão ao novo cessar-fogo, afirmaram diplomatas.
O texto – que se espera que seja acordado entre os membros do Conselho esta semana – também pedirá à Armênia e ao Azerbaijão para retomar as negociações auspociadas pelo Grupo de Minsk, integrado por Rússia, França e Estados Unidos, e que foi criado pela Organização para a Segurança e a Cooperação em 1992 para encontrar uma solução para o conflito territorial.
Nagorno Karabakh é uma região separatista do Azerbaijão, habitada principalmente por armênios, e apoiada por este país.
A Armênia e o Azerbaijão, duas ex-repúblicas soviéticas localizadas no Cáucaso, se enfrentam esporadicamente neste território desde o colapso da União Soviética.
Separatistas de etnia armênia tomaram Nagorno Karabakh de Baku durante uma guerra que matou 30.000 pessoas nos anos 1990.
Nesta disputa, que se estende por décadas, o enfrentamento atual é o mais grave desde 2016.
Tentava-se conservar o novo cessar-fogo, apoiado por mediadores internacionais, ao mesmo tempo em que as duas partes se acusam mutuamente de novos ataques.
Este segundo acordo chegou após a trégua negociada com a mediação de Moscou no começo do mês, mas que nunca deu sinais de ser respeitada.