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EUA negam que ataque da Otan no Paquistão tenha sido proposital

O governo dos Estados Unidos negou nesta quarta-feira que o ataque aéreo que matou pelo menos 24 soldados paquistaneses na fronteira com o Afeganistão no último sábado tenha sido proposital, tal como acusam as Forças Armadas do Paquistão.

"De nenhuma maneira deveria se interpretar como um ataque proposital ao Paquistão por parte dos EUA. Isso é simplesmente incorreto", disse o porta-voz do Departamento de Defesa americano, George Little, a jornalistas em Washington. A Otan também negou a intencionalidade do ataque.

Mas os militares paquistaneses acusam a aliança ocidental de ter lançado de forma deliberada o ataque com helicópteros, incidente que agravou as tensões diplomáticas entre Islamabad e Washington.

Segundo a agência de notícias estatal paquistanesa APP, o diretor-geral de operações militares, Ishfaq Nadeem, classificou o ataque efetuado com helicópteros como uma "agressão flagrante" que ocorreu sem que houvesse provocação prévia.

Segundo ele, os membros da Força Internacional de Assistência para Segurança (Isaf) – missão militar da Otan no Afeganistão – tiveram intenção de atacar os soldados paquistaneses, pois teriam conhecimento da localização deles.

Em um encontro com jornalistas no quartel general das Forças Armadas do Paquistão, Nadeem rejeitou que o local atacado na área de fronteira da região tribal de Mohmand registrasse atividades do movimento rebelde talibã.

Ele disse que houve 24 soldados mortos, mas fontes militares in loco consultadas pela Agência Efe elevam para 26 o número de vítimas, enquanto outros meios de comunicação chegam a mencionar até 28 baixas.

Pouco depois do ataque, o Paquistão ameaçou revisar suas relações diplomáticas com EUA e Otan, e nesta terça-feira anunciou que, em represália, não comparecerá à conferência internacional sobre o Afeganistão, que ocorrerá no dia 5 de dezembro na cidade alemã de Bonn.

Islamabad também decidiu fechar a fronteira para o trânsito de mantimentos para as tropas da Otan no Afeganistão e a exigência aos EUA para que abandonem uma base aérea supostamente usada para operar aviões não tripulados (drones).

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