O Exercício Operacional Tápio, realizado na Ala 5 – Base Aérea de Campo Grande, teve início nesta segunda-feira (17/08) e tem como diferencial as medidas adotadas para combate e prevenção à COVID-19. Esta edição conta com a execução de um Plano de Biossegurança, instalação de uma Unidade Celular de Saúde (UCS), aeronaves adaptadas para Evacuação Aeromédica, locais designados para eventual isolamento social e um Esquadrão de Saúde equipado para receber pacientes com agravamento do quadro clínico. Todas essas ações fazem parte do planejamento de saúde elaborado para o Exercício.
São cerca de 25 profissionais de saúde, entre médicos, farmacêuticos, dentistas e técnicos de enfermagem, que se somam aos cerca de 70 militares da área médica já alocados na Ala 5.
Este ano, foi implementado um Plano de Biossegurança focado no combate e prevenção à COVID-19, com os seguintes pontos-chave: testagem, monitoramento dos participantes, orientações frequentes sobre as medidas sanitárias, isolamento social, adaptações de estruturas para eventual recebimento de casos confirmados, pronta-resposta para eventual controle de disseminação do vírus e Evacuação Aeromédica em casos específicos
A estrutura foi toda planejada para não sobrecarregar o sistema de saúde de Campo Grande (MS). Por isso, o aparato médico concentrado na Ala 5 foi adaptado para atender aos militares do Exercício Operacional Tápio.
"Ter todo esse planejamento e incremento na estrutura nos dá autonomia para atender aos militares do treinamento, evitando deslocá-los para outras unidades médicas fora do Sistema de Saúde da Aeronáutica", explica a Comandante do Esquadrão de Saúde da Ala 5, Tenente-Coronel Médica Hellen Patrícia Renda dos Santos.
Além de prestar pronto-atendimento aos integrantes do Exercício, a participação de profissionais de saúde em exercícios militares possibilita o treinamento para emprego em situações operacionais reais, tanto no Brasil quanto no exterior.
“Nós, profissionais de saúde militares, podemos atuar em Missões de Paz, nas quais o risco biológico é alto e o sistema de saúde é precário. Por exemplo, áreas de malária, febre amarela, cólera, Ebola e, atualmente, casos de COVID-19. Também podemos prestar assistência a refugiados vulneráveis com doenças endêmicas e levar apoio humanitário em geral, principalmente no atendimento ao Sistema de Cooperação das Forças Aéreas Americanas (SICOFAA)”, ressalta o Major Médico Pascale, responsável pela elaboração do Plano de Biossegurança do Exercício.
Unidade Celular de Saúde – Triagem
No Exercício Operacional Tápio, foi instalada uma Unidade Celular de Saúde para realizar o atendimento de nível primário a todos os militares participantes.
Em cumprimento ao Plano de Biossegurança implementado para prevenção e combate à COVID-19, a UCS funciona, primeiramente, como uma triagem dos militares. Se durante a triagem for identificado um caso de suspeita de COVID-19, este paciente é direcionado para um local na Ala 5 adaptado para cumprimento do isolamento social aliado a monitoramento médico.
Também na UCS, após a triagem, os pacientes recebem atendimento inicial e podem ficar em observação por profissionais da área médica. A estrutura conta com três módulos, leitos adaptados e 12 profissionais de saúde, para possibilitar o atendimento durante todo o Exercício.
Uma das principais características da UCS é a mobilidade, possibilitando, por exemplo, a instalação da estrutura em ambientes de operações reais.
"Quando instalamos a UCS em Cascavel, em 2018 e 2019, para a Operação Ostium (vigilância do espaço aéreo sobre a região de fronteira do Brasil), foi um exemplo das possibilidades que essa estrutura inicial de Hospital de Campanha pode oferecer", explicou o responsável pela Unidade Celular de Saúde, Tenente-Coronel Médico Rodolfo José Seraphico de Souza Siqueira.
Esquadrão de Saúde da Ala 5 – Casos graves
O Esquadrão de Saúde da Ala 5 recebeu o reforço de 12 profissionais de saúde, além de incremento da estrutura para eventual recebimento de casos mais graves de COVID-19, conforme preconizado no Plano de Biossegurança implementado para o Exercício Operacional Tápio. O Esquadrão de Saúde instalou uma área para casos de atendimento específico de síndrome gripal, além de ter disponibilizado sete leitos de suporte avançado e quatro leitos de atendimento moderado.
A Tenente Médica Camila Ribeiro Perucchi, do efetivo do Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP), chegou a Campo Grande para integrar a equipe de Saúde do Exercício Tápio 2020.
"Acredito que a nossa importância durante esse exercício seja, não só para dar assistência médica, mas para garantir a manutenção das medidas de prevenção à pandemia. Além de poder contribuir com atendimentos direcionados, principalmente se existirem casos suspeitos ou confirmados", explica.
Aeronaves da FAB – Evacuação Aeromédica
H-60L Black Hawk, C-105 Amazonas e H-36 Caracal são algumas das aeronaves da FAB que podem ser adaptadas para realizar Evacuação Aeromédica. No Exercício Operacional Tápio, uma aeronave está de prontidão para eventual transporte de pacientes com coronavírus.
No caso de pacientes acometidos por doenças com alto grau de contaminação, o transporte é feito em cápsula de isolamento (maca-bolha), com o objetivo de isolar o paciente do meio externo.
De acordo com o Tenente Médico Diogo Hashimoto, essa estrutura já foi utilizada pela FAB na realização de transporte de pacientes com Ebola. “Temos aqui a estrutura 100% de prontidão para eventual necessidade de transporte de pacientes que testarem positivo para COVID-19”, ressaltou.