Os que permanecem fieis ao MST dizem que os dissidentes cometem um erro ao sair da organização. A palavra de ordem entre os líderes do movimento, em Brasília, São Paulo e Porto Alegre, é nem sequer usar a palavra racha. Tanto que a página oficial da organização ignorou a cisão.
O deputado estadual Edegar Pretto, do PT – filho do falecido deputado federal e fundador do MST, Adão Pretto – é um dos que relativizam a importância da dissidência surgida esta semana. Ele afirma que isso é normal, como são normais as tendências no PT, e considera o manifesto a ação de alguns “companheiros impacientes” desencantados com a via eleitoral e dispostos a uma ruptura com métodos institucionais. E até onde vai essa ruptura? O parlamentar acredita que a retórica revolucionária do manifesto lançado pelos descontentes vai se limitar ao discurso.
Pretto discorda dos dissidentes e diz que a existência de 13 mil famílias de assentados no Estado é prova da eficácia da luta do MST. Ele desconfia que, se os dissidentes criarem uma nova organização ou aderirem a partidos de esquerda, a tendência é que sejam pior sucedidos do que hoje.