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EUA inclui Cuba em lista de países que não colaboram na luta contra o terrorismo

Os Estados Unidos incluíram Cuba em sua lista de países que não cooperam plenamente na luta contra o terrorismo, uma certificação que proíbe a venda ou licença para exportar artigos e serviços de defesa, informou nesta quarta-feira (13) o Departamento de Estado americano em comunicado.

"Ontem [terça-feira] o Departamento de Estado notificou o Congresso de que o Irã, a Coreia do Norte, a Síria, a Venezuela e Cuba foram certificados sob a Seção 40A (a) da Lei de Controle de Exportação de Armas como 'não cooperando totalmente' com os esforços antiterroristas dos Estados Unidos em 2019", informa o texto.

O Departamento observa que "este é o primeiro ano em que Cuba é certificada como não cooperando plenamente desde 2015".

Cuba se soma, assim, a outros quatro adversários dos EUA – Irã, Síria, Coreia do Norte e Venezuela – que não obtiveram certificação em 2019.

O texto cita a presença em Cuba de negociadores dos rebeldes colombianos do ELN, que viajaram para Havana em 2017 para manter negociações de paz com o governo de Bogotá, mas ainda não retornaram.

"A recusa de Cuba em se envolver produtivamente com o governo colombiano mostra que não está cooperando com o trabalho dos Estados Unidos para apoiar os esforços da Colômbia de garantir paz, segurança e oportunidades justas e duradouras para seu povo", afirmou o Departamento de Estado.

O presidente conservador colombiano, Iván Duque, aliado dos Estados Unidos, interrompeu as negociações com o ELN após um ataque com carro-bomba em janeiro de 2019 a uma academia de polícia de Bogotá que matou 21 recrutas e feriu mais de 60 policiais.

Os rebeldes têm exigido, sem sucesso, que a Colômbia conceda um salvo-conduto para que seus negociadores retornem de Cuba.

Subversivo ao Estado desde 1964, o guevarista ELN é considerado pelo governo colombiano como o último grupo rebelde ativo no país, depois que as extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) chegaram a um acordo histórico de paz com o governo de Juan Manuel Santos em 2016.

– Vítima do terrorismo –

Para Cuba, a medida do Departamento de Estado terá pouco efeito prático já que a ilha não importa armas dos Estados Unidos, seu inimigo há seis décadas.

Essa certificação se soma, contudo, à crescente pressão do governo Donald Trump sobre Cuba, distanciando Washington dos esforços de reconciliação com Havana promovidos por seu antecessor, Barack Obama.

O governo cubano foi rápido em reagir, acusando os Estados Unidos de "uma longa história de atos terroristas" contra a ilha.

"Cuba é vítima de terrorismo. Há uma longa história de atos terroristas cometidos pelo governo dos Estados Unidos contra Cuba e a cumplicidade das autoridades americanas com indivíduos e organizações que armaram, financiaram e executaram essas ações a partir do território americano", tuitou em Inglês, o diretor de assuntos americanos do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Carlos F. de Cossio.

O funcionário incluiu os já mortos anticastristas Luis Posada Carriles e Orlando Bosch, que Fidel Castro costumava descrever como "os expoentes mais sangrentos do terrorismo imperialista contra" Cuba.

Ambos seriam responsáveis, segundo Havana, pelo ataque contra um avião da Cubana de Aviación em 1976, no qual 73 pessoas morreram.

Ele também indicou Guillermo Novo Sampoll, acusado de planejar uma complô para assassinar Castro durante uma cúpula de 2001 no Panamá.

O Departamento de Estado também acusou o governo comunista de Cuba de abrigar membros do ELN e fugitivos americanos da justiça procurados por acusações de violência política.

Entre eles, foi mencionada a ativista Joanne Chesimard, condenada por executar um polícia estadual de Nova Jersey, Werner Foerster, em 1973.

EUA acusam Irã de 'fomentar o terror'

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou nesta quarta-feira o Irã de "fomentar o terror", inclusive durante a crise do novo coronavírus.

Em sua primeira viagem ao exterior em quase dois meses, o chefe da diplomacia americana colocou uma máscara com as cores da bandeira dos EUA ao desembarcar em Tel Aviv, de onde seguiu até Jerusalém para se reunir com o premier de Israel, Benjamin Netanyahu.

"Até mesmo durante esta pandemia, os iranianos utilizam os recursos do regime dos aiatolás para fomentar o terror em todo mundo, embora o povo iraniano sofra enormemente. Isso diz muito sobre o espírito de quem comanda esse país", disse Pompeo, em uma coletiva de imprensa junto a Netanyahu.

Inimigo declarado de Israel e Estados Unidos, o Irã é o país do Oriente Médio mais afetado pela pandemia, com mais de 110.000 casos, segundo dados oficiais.

Teerã apoia o regime sírio de Bashar al-Assad via o movimento xiita libanês Hezbollah, outro inimigo de Israel. Nas últimas três semanas, houve seis bombardeios atribuídos a Israel contra alvos pró-Irã na Síria.

"Existe na Síria uma batalha imaginária, que Israel está travando, e se chama 'não permitir a presença de tropas iranianas'" afirmou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que garantiu que nesse país existem apenas "assessores e especialista militares iranianos", mas não combatentes.

O Irã "não parou nem por um minuto seus planos e ações violentas contra os americanos, israelenses e outros na região", afirmou Netanyahu ao receber Pompeo.

Coincidindo com a visita de Pompeo, foi anunciada a nomeação do ex-chefe do Exército israelense e um dos líderes do partido de centro "Azul e Branco", Gabi Ashkenazi, como próximo ministro das Relações Exteriores.

Ashkenazi não esperou tomar posse do cargo e nesta mesma quarta-feira deu uma entrevista junto a seu futuro homólogo americano.

– 'Ameaça à paz' –

A visita de Pompeo ocorre quase dois anos depois que o governo de Donald Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel, e na véspera da posse de um governo de união entre Netanyahu e seu ex-rival eleitoral, o general Benny Gantz, para encerrar a pior crise política da história de Israel.

Israel deseja anexar o Vale do Jordão, uma área estratégica que representa 30% da Cisjordânia, e os grandes blocos de colônias. Pompeo defendeu o direito de Israel a "se defender" e disse estar ansioso para ver progressos nos planos de paz dos Estados Unidos para a região.

Pouco antes da chegada de Pompeo, o Exército israelense matou a tiros um adolescente palestino em Hebron, sul da Cisjordânia. Na terça-feira, um soldado israelense foi morto atingido por uma pedra lançada por um palestino, também na Cisjordânia.

Os líderes palestinos cortaram quase todas as relações com as autoridades americanas desde que Trump considerou Jerusalém a capital de Israel. Além disso, também rejeitaram o plano americano para resolver o conflito, apresentado há alguns meses, por considerar que obedece apenas aos interesses de Israel.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, voltou a denunciar, nesta quarta-feira, os planos de anexação de Israel, em um discurso onde não mencionou a visita de Pompeo.

– 'Grande Israel'?

Na última década, sob o governo Netanyahu, a população das colônias israelenses na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, aumentou 50%. Atualmente, mais de 450 mil israelenses vivem ao lado de mais de 2,7 milhões de palestinos.

A tensão e os confrontos são quase diários. A eles se somam mais de 150 mil colonos que vivem em Jerusalém Oriental, parte palestina da cidade.

Para os palestinos e boa parte da comunidade internacional, a anexação de parte da Cisjordânia significaria o fim de uma solução de dois Estados, um israelense e o outro, palestino.

As colônias também representam uma questão de política interna nos Estados Unidos, onde os movimentos evangelistas, partidários dos republicanos de Donald Trump, defendem o projeto de uma "Grande Israel", que inclui territórios na Cisjordânia.

Em Israel, pesquisas mostram um grande apoio à anexação por parte da direita, mas não tanto assim no centro e na esquerda, vertentes também representadas no governo de união, especialmente por Benny Gantz, que expressou suas dúvidas sobre uma anexação rápida.

Talibãs assumem autoria de ataque contra base do Exército afegão

Os talibãs assumiram o ataque letal cometido nesta quinta-feira (14) contra uma base do Exército afegão, depois que o governo ordenou que suas forças continuassem a ofensiva contra os insurgentes.

O ataque, realizado às 8h30 (horário local) na província de Paktia por "um homem-bomba em um caminhão carregado de explosivos", matou cinco civis e feriu outros quinze, além de cinco militares, segundo um comunicado do Ministério da Defesa.

Mas os talibãs negam ter matado civis e listam "dezenas de soldados mortos e feridos".

"Após o anúncio da ofensiva, (…) um ataque foi cometido contra uma importante base militar da administração de Cabul", disse o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, em mensagem transmitida pelo WhatsApp para a imprensa.

O incidente ocorreu dois dias depois de um ataque contra um hospital-maternidade em Cabul, no qual pelo menos 24 pessoas morreram, incluindo recém-nascidos, mães e enfermeiras.

Este último ocorreu horas antes da morte de 32 pessoas em outro ataque suicida em um funeral, no leste do país.

Após declarar que os talibãs e o grupo Estado Islâmico eram responsáveis por ambos os incidentes, o presidente afegão ordenou às forças afegãs que "retomem as operações contra o inimigo".

Os talibãs negam toda a responsabilidade pelos ataques de terça-feira e afirmam estar "completamente preparados" para responder.

 

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