O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse nesta quarta-feira que os Estados Unidos continuam preocupados com os laboratórios da China e que o mundo precisa ir a fundo para descobrir como o novo coronavírus surgiu naquele país.
EUA e China têm trocado insultos e acusações em meio ao surto mortal de coronavírus, que já matou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo e quase paralisou a economia global.
No dia 15 de abril, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que seu governo está investigando se a pandemia se originou em um laboratório da cidade chinesa de Wuhan, onde o coronavírus surgiu. Estas afirmações não se baseiam em fatos, disse o chefe do laboratório à Reuters na terça-feira.
“Posso dizer que havia preocupações sérias a respeito dos laboratórios dentro da China”, disse Pompeo em uma entrevista à rede Fox News. “Ainda estou receoso de que o Partido Comunista chinês não esteja nos dizendo tudo que está acontecendo em todos os laboratórios.”
Um artigo de opinião deste mês do jornal Washington Post disse que, em 2018, o Departamento de Estado norte-americano alertou em cabos diplomáticos para as fraquezas na segurança e na administração do laboratório de Wuhan.
Pompeo disse que as autoridades chinesas continuam a reter informações sobre o vírus e a negar acesso a especialistas dos EUA.
“Apesar de nossos grandes esforços para levar especialistas ao local, eles continuam a tentar ocultar e confundir. Está errado, isso continua a representar uma ameaça ao mundo, e todos nós precisamos descobrir o que realmente aconteceu lá”, disse ele à Fox.
Atualmente, a maioria dos cientistas diz que o novo coronavírus surgiu na vida selvagem, e morcegos e pangolins foram identificados como possíveis hospedeiros.
Yuan Zhiming, diretor do Instituto de Virologia de Wuhan, também rejeita as teorias de que o laboratório liberou acidentalmente o coronavírus que extraiu de morcegos para pesquisas.
Governo Trump acelera desenvolvimento de vacina contra coronavírus
O governo Trump planeja acelerar o desenvolvimento de uma vacina contra coronavírus com o objetivo de ter 100 milhões de doses prontas até o final de 2020, disse uma autoridade de alto escalão do governo nesta quarta-feira.
O funcionário se recusou a ser identificado publicamente.
Executivos e outros especialistas sugeriram anteriormente que os ensaios clínicos para garantir uma vacina segura e eficaz poderiam levar um período mínimo de 12 a 18 meses.
Várias agências do Departamento de Saúde anunciaram planos em abril para formar parceria com mais de 15 empresas farmacêuticas e reguladores europeus, em esforço para estimular o desenvolvimento de vacinas e tratamentos para a doença.
Os mais recentes esforços do governo Trump para acelerar o desenvolvimento da vacina foram primeiramente relatados pela Bloomberg News, citando pessoas familiarizadas com o assunto.
Chamado de “Operação Warp Speed”, o projeto unirá empresas farmacêuticas privadas a agências governamentais e militares na tentativa de reduzir o tempo de desenvolvimento de uma vacina em até oito meses, segundo a Bloomberg News.
No mês passado, o presidente Donald Trump instruiu o secretário de Saúde, Alex Azar, a acelerar o desenvolvimento de uma vacina, e autoridades do governo têm se reunido por três a quatro semanas, acrescentou a reportagem.