1º Ten Diego Michelini Carvalho Ribeiro
Em tempos de pandemia do novo coronavírus, de proporção mundial, muitas são as dúvidas em relação à prevenção, ao contágio e às consequências que essa infecção viral pode causar.
Muitos são os profissionais de saúde na linha de frente para o combate à pandemia, como médicos, enfermeiros e farmacêuticos. Nessa mesma condição encontra-se o cirurgião dentista, profissional responsável pela saúde bucal (que constitui a porta de entrada para doenças sistêmicas) e fundamental para diagnóstico de doenças e síndromes imunossupressoras.
Um fator muito positivo em toda essa atual realidade é o empenho e a conscientização geral por parte da população e, principalmente, dos profissionais de saúde. As orientações, instruções e preconizações estão sendo amplamente divulgadas e acolhidas por grande parte dos brasileiros.
O forte papel da Odontologia nesta pandemia se dá, principalmente, pela orientação e prevenção sobre as formas de combate à transmissão, desde o uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) até os atendimentos de urgência e emergência odontológicas. Urgência e emergência são dois termos usados, principalmente, na área médico-odontológica, sendo que os seus respectivos significados costumam ser confundidos.
Entende-se por urgência quando não existe um risco grave, entretanto é uma situação que também merece atenção e cuidado com certa agilidade. Caso uma situação de urgência não tenha o tratamento adequado, é possível que ela se transforme em uma situação de emergência, aumentando os riscos. Portanto, a situação de urgência deve ser atendida brevemente, em um curto espaço de tempo. Como exemplos de urgência odontológica, podemos citar dor aguda, pericoronarite inflamação das estruturas de suporte do dente), alveolite (inflamação do espaço ósseo após uma extração dentária), abscesso, fratura dental, mucosites, necroses, troca de curativo endodôntico, dentre outros.
A emergência é a circunstância que exige uma cirurgia ou intervenção de imediato. Essas situações possuem um caráter mais imediatista e emergencial, pois pode haver risco de morte. Assim, a situação de emergência requer um atendimento imediato para evitar mortes ou danos graves. Podemos citar como emergência na Odontologia os sangramentos não controlados, celulite intra ou extraoral, traumatismos de ossos da face, dentre outros.
Os profissionais da Odontologia devem estar organizados e trabalhar em sintonia, desde o acolhimento e triagem clínica até a avaliação de sintomas e definição de casos, para que os usuários não sejam desassistidos e sofram quaisquer riscos inerentes ao novo coronavírus. Além disso, deve-se atentar para os processos de desinfecção, esterilização e limpeza dos instrumentais, assim como para os equipamentos e ambientes e o uso dos EPIs para todos os envolvidos no atendimento da clínica ou consultório nas Organizações Militares.
Portanto, a Odontologia é fundamental no enfrentamento do novo coronavírus e na prevenção, no tratamento e na assistência à família militar, combatendo a imunossupressão, promovendo a higidez física e diminuindo, sistemicamente, as consequências infecciosas deste enorme problema global.
Sobre o autor: 1º Ten Diego MICHELINI Carvalho Ribeiro – Oficial Dentista e Chefe da Seção de Saúde do 1º Batalhão de Guardas – Batalhão do Imperador. Especialista e Mestre em Odontologia. Atuou como Professor do Projeto Cidadão (Curso de ASB) da Odontoclínica Central do Exército (OCEx). É Acadêmico Titular da Academia Brasileira de Odontologia (AcBO), Membro Titular da Academia Brasileira de Odontologia Militar (ABOMI) e Acadêmico Titular da Academia de Odontologia do Estado do Rio de Janeiro (AORJ).