A Rússia enfim reconheceu que tem um problema maior do que o divulgado até aqui com o novo coronavírus, cuja pandemia embaçou os planos do presidente Vladimir Putin de fazer de 2020 uma espécie de apoteose de suas duas décadas no poder.
Após semanas sob escrutínio internacional e suspeitas internas pelo seu baixo número de infecções pelo vírus, o país admitiu nesta terça (24) que isso se deve à subnotificação dos casos por falta de exames.
O anúncio foi feito a Putin pelo prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, que é o coordenador nacional dos esforços contra a pandemia. "O número real de doentes é significativamente mais alto. Ninguém sabe", afirmou, segundo a agência de notícias Tass. Segundo ele, simplesmente não há testagem suficiente para saber a escala do espraiamento do patógeno.
O país desenvolveu um teste rápido, de 5 minutos, e agora diz que vai produzi-lo maciçamente. Putin vinha sendo acusado pela oposição e por políticos europeus de minimizar a crise, que chamou de "contida" na semana passada. Nesta mesma terça, visitou com roupa de proteção um hospital que atende doentes com Covid-19 em Moscou.